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RUGAS, AUTOESTIMA E SAÚDE MENTAL

Em entrevista ao programa Band Mulher, a psicóloga Lara Cannone falou sobre como o surgimento das rugas pode afetar a autoestima da mulher e influenciar sua saúde mental.

As rugas são sinais de que o corpo está em processo de envelhecimento. Elas podem ser de ordem genética ou desencadeadas por fatores externos, como poluição, excesso de exposição solar, tabagismo e até hábitos do sono.

Lara Cannone analisa como esses sinais da idade podem atuar no psicológico da mulher, e a importância de cuidar da saúde mental, principalmente para entender o processo de envelhecimento e lidar melhor com ele.

“O que vemos é a interferência dos valores de beleza e dos padrões sociais e culturais que faz a pessoa evitar ao máximo essa sequência do envelhecimento e surgimento das rugas. Quando se pensa em saúde mental, tudo isso está atrelado a essa relação com o outro”, afirma a psicóloga.

Assista à entrevista:

Padrões sociais de beleza

Rugas são caracterizadas por linhas de expressão marcantes, percebidas com o movimento da expressão facial ou mesmo em repouso, no caso de rugas mais profundas. Apesar de serem vistas como fruto do envelhecimento, as rugas não podem ser evitadas. No entanto, há atitudes que podem melhorar o aspecto, baseado na alimentação saudável e prática de atividades físicas.

O problema não é cuidar da aparência ou desejar ficar mais bonita, mas, sobretudo, submeter-se a um ideal que é praticamente impossível de alcançar. Envelhecer é um processo natural ao qual todos estamos submetidos; tentar escapar dele pode gerar uma série de frustrações e sofrimento.

“A questão da beleza da mulher é muito ligada à juventude, afastando a qualquer custo o envelhecimento, e isso traz um peso grande quando surgem as rugas. Talvez a gente deva revisitar o que chamamos de bonito. Por que a mulher ‘velha’ não pode ser bonita? Enquanto isso o homem vai ficando velho e sendo chamado de charmoso e sexy”, destaca Lara Cannone.

Autoaceitação

Observar e se perceber pode ser a chave para compreender e aceitar as mudanças no próprio corpo. Lara esclarece que, nesse processo, a beleza não pode ser sinônimo de obrigação, sob o risco de trazer sofrimento, ansiedade e angústia.

“Acho que cabe repensar se não somos muito rígidos com esses critérios de beleza. Não podemos naturalizar esse processo de sofrimento, associando o lugar da mulher à beleza e juventude o tempo inteiro. A existência feminina não é reduzida a um corpo belo, existem outras histórias que podem ser contadas a partir da feminilidade”, finaliza.