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Seria o celular, o vilão?

Em entrevista ao caderno Folhinha, suplemento da Folha de São Paulo destinado a crianças e adolescentes, Alice Munguba, psicóloga do Núcleo Infantojuvenil da Holiste, comenta os riscos, cuidados e excessos do uso de telas na primeira infância.

Embora o celular ofereça acesso a uma variedade de conteúdos e possibilidades de entretenimento, seu uso excessivo pode acarretar em prejuízos para a saúde e desenvolvimento das crianças e jovens. A dependência do celular pode levar a uma menor interação social, falta de atenção em outras atividades e até mesmo problemas de saúde física e mental.

Alice Munguba ressalta que é crucial que os pais ensinem seus filhos a usar o celular de maneira responsável, assim como ensinam outras ferramentas. “O telefone pode ser muito bacana quando utilizado de forma segura e direcionada pela família. É importante que os pais ensinem as crianças a usar essa ferramenta, como eles ensinaram a utilizar tesouras, facas, etc. Ambos podem ajudar ou ferir. Se a ferramenta chamada celular for usada de maneira excessivamente passiva, pode causar prejuízos.” – afirma a psicóloga.

A especialista destaca que o celular pode preencher lacunas de tédio, mas seu uso excessivo pode resultar em uma passividade prejudicial. Estudos mostram que o uso exagerado de telas pode afetar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. “O celular acaba preenchendo uma lacuna nos momentos de tédio, porque encontramos nele um conteúdo já pronto para o entretenimento. E, assim como ele pode abrir novas janelas de conhecimento e comunicação, o excesso também pode deixar as pessoas nessa posição de só esperar que as coisas venham até elas.” – pontua Alice.

Impor uma regra geral para lidar com o problema do uso excessivo de celulares pode ser delicado. Cada família, escola e grupo deve encontrar uma abordagem que funcione melhor para suas necessidades e circunstâncias específicas. É importante promover uma reflexão sobre o uso do celular e buscar um equilíbrio saudável entre seu potencial positivo e os riscos associados ao seu uso excessivo. A educação e o diálogo são fundamentais para ajudar as crianças a desenvolverem hábitos saudáveis de uso de tecnologia desde cedo.