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TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO TRANSTORNO BIPOLAR

No sétimo episódio da websérie Bipolaridades, a psiquiatra Livia Castelo Branco apresenta um panorama sobre o tratamento farmacológico do paciente com transtorno bipolar.

No tratamento farmacológico básico do transtorno bipolar do humor, é imprescindível a utilização de estabilizadores de humor. A escolha da medicação baseia-se no histórico clínico do paciente, considerando a gravidade dos sintomas.

Em casos mais graves, é comum que sejam utilizadas medicações geralmente prescritas para esquizofrenia, como antipsicóticos, mas que são imprescindíveis para controlar alguns sintomas do transtorno bipolar.

A psiquiatra explica que os antidepressivos também podem ser usados no tratamento farmacológico do transtorno bipolar, mas devem ser ministrados com cautela máxima pois podem induzir uma virada maníaca.

“Um exemplo: o paciente está em um quadro depressivo, fazemos o tratamento para aquela depressão e, de repente, ele entra num quadro de agitação psicomotora e irritabilidade, o que gera um prejuízo muito grande. Existem casos graves e persistentes, que, sim, precisamos usar o antidepressivo, mas sempre com muita cautela e vigilância”, aponta Livia.

Assista ao episódio completo:

Tentativa e erro

É comum que o médico psiquiatra utilize uma série de medicamentos durante o tratamento, e que venha a substituí-los durante o desenvolvimento do quadro. No momento de crise, por exemplo, é comum que sejam utilizados antipsicóticos, que podem ser retirados depois de algum tempo.

Em quadros de depressão profunda, um antidepressivo pode ser utilizado conjuntamente com os estabilizadores de humor, e assim por diante. Além disso, determinadas medicações podem não fazer o efeito esperado no paciente, o que precisa ser revisto pelo especialista.

“Existem várias medicações que a gente pode usar, mas no tratamento é muita ‘tentativa e erro’, ou seja: temos uma doença única que se apresenta de diversas formas, então cada indivíduo se adapta melhor a um esquema medicamentoso, até chegar naquele que funcionou e que vai manter por mais tempo”, destaca.

Preconceito com a medicação

Muitos pacientes têm resistência em fazer o uso contínuo da medicação, o que pode trazer sérios prejuízos ao tratamento. Aos primeiros sinais de melhora e estabilização do quadro, algumas pessoas acham que já não precisam mais da medicação e interrompem o seu uso, o que pode desencadear recaídas e novas crises.

É verdade que algumas medicações podem apresentar pequenos efeitos colaterais, como sonolência, alterações no apetite, na libido, entre outros.

Livia aponta que os momentos de crise necessitam de doses maiores do medicamento, potencializando os efeitos colaterais que, muitas vezes, geram desconforto ao paciente, mas são extremamente necessárias para conter os sintomas nocivos da doença.

“Quando a gente pensa numa crise muito intensa em que a pessoa está tendo uma exposição social, prejuízo financeiro, agressividade, risco de dano à própria vida e dos demais, a gente precisa proteger aquele indivíduo, e muitas vezes é necessário pesar a mão no remédio pra prevenir que o prejuízo seja maior”, finaliza Livia Castelo Branco.