Raíssa Silveira, psicóloga da Holiste, falou sobre a necessidade de ter cuidados e atividades específicas com os pacientes com Alzheimer, para a Rádio Excelsior.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e irreversível, que requer amplos cuidados para a proteção e bem-estar do paciente. Manter um ambiente seguro e atividades que ajudam no controle da doença são importantes para colaborar na qualidade de vida do idoso.
“O Alzheimer é caracterizado pela perda gradual da capacidade cognitiva, como memórias, atenção, linguagem, e também pela alteração do comportamento. Ou seja, acarreta um declínio em relação ao nível de funcionalidade e desempenho desse individuo nas suas atividades diárias e relações. O tratamento será direcionado para retardar o máximo possível a evolução do quadro e oferecer qualidade de vida ao paciente dentro da condição que ele se encontra”, indica Raíssa.
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Fatores de risco e diagnóstico
Segundo a psicóloga, os fatores de risco são envelhecimento, genética, comprometimento cognitivo leve prévio, escolaridade e doença cardiovascular. Diagnosticar o Alzheimer requer uma série de avaliações.
“O diagnóstico deve ser feito pelo histórico clínico, geralmente relatado pela família, testes neuro psicológicos e cognitivos feito com o paciente, e avaliação médica, inclusive com exames de imagem, até para descartar qualquer outra possibilidade patológica”, resume Raíssa.
Tratamento e qualidade de vida
A Doença de Alzheimer é irreversível e não tem cura, por isso o foco do tratamento é a qualidade de vida do paciente e sua segurança, além de retardar a progressão da patologia.
“Além do tratamento medicamentoso é importante lançar mão de treino cognitivo, por exemplo, da estruturação do espaço que ele vive, manter rotina, reduzir de risco e manter as relações sociais e de lazer. Também é importante o treinamento e a orientação aos cuidadores sobre o manejo desses pacientes, que vão ter uma condição complexa na progressão da doença. Ainda é indicado atividade física, acompanhamento nutricional e, se possível, atividades como terapia ocupacional, arteterapia, musicoterapia e outros”, aponta.
A importância do ambiente
Para os pacientes com Alzheimer, um fator importante é manter um ambiente bem sinalizado para ajudar ele a se orientar no tempo e no espaço.
“Manter fotos, calendário, relógio e objetos usuais que estejam sempre à sua vista, como chave, carteira. Também é preciso reduzir os riscos, como objetos que possam causar ferimentos, possibilidade de fuga, além de supervisor, pois ele pode, por exemplo, ligar o fogo e esquecer”, pontua a psicóloga.
Rotina e atividades
Raíssa ainda indica a manutenção de uma rotina sem muitas mudanças, mas com atividades do agrado do paciente. Nesse período de pandemia, se a pessoa já fazia algumas atividades e essas puderem ser adaptadas ou substituídas, é bom para que ele se mantenha ativo.
“Ressalto que se deve dar autonomia ao paciente naquilo que ele ainda consegue realizar, estar atento aos desconfortos, como dores, temperatura, próteses mal adaptadas, e evitar cochilos durante o dia, pois o sono pode ser prejudicado”, diz Raíssa, que completa: “além disso, é preciso ter paciência e criatividade. A qualidade das relações vai interferir na qualidade do cuidado e, portanto, na qualidade de vida do paciente e de quem está cuidando dele”.