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AMOR E SOFRIMENTO

Possivelmente, a sensação mais angustiante em um relacionamento é o medo de que ele chegue ao fim. A dor causada pela falta de um amor está diretamente ligada à alegria que ele proporcionou. Em entrevista ao Band Mulher, a psicóloga da Holiste, Alice Munguba falou sobre o sofrimento da perda de um amor.

 

Amar é um sentimento comum da vida humana, que geralmente traz felicidade a quem ama e à pessoa amada, mas que também pode levar ao sofrimento quando o mesmo sentimento acaba. Sigmund Freud considerava que uma pessoa que ama se coloca na possibilidade de sofrer, pois quanto maior o amor, maior a possibilidade de sentir dor.

De acordo com a psicóloga Alice Munguba, experienciar o amor é um processo iniciado ainda na infância, sendo a primeira fase dele relacionado ao amor próprio, chamado de narcisismo. Aprender a olhar o outro e amá-lo é um processo posterior.

“Quando aprendemos isso, percebemos que amar é um investimento: a gente tira da gente para colocar no outro. Depois da infância, vem a adolescência com as primeiras experiências e frustrações. Amar é se doar ao outro. Porém, quando o amor desaparece surge a dificuldade em lidar com aquilo que já era costume; e essa mudança é sofrida”, afirma.

Confira a entrevista completa.

Separação

A dor da separação é semelhante ao luto, pois trata-se de uma perda significativa. A maior dificuldade é lidar com o tempo de elaboração do luto, com a possibilidade de vivenciar e entender esse momento de dor. As dores do amor demandam reflexão e amadurecimento.

Alice explica que isso pode durar de seis meses a dois anos, porque o amor é “uma sensação viciante, e quando você o perde é como se seu corpo sofresse de abstinência. Algo tão forte que você quer repetir, mas se prende para não voltar a sofrer.”

Reversão dos sentimentos

Assim como há a felicidade no início do amor, existe tristeza ao fim de um relacionamento. É natural que haja a reversão dos sentimentos, em uma tentativa de diminuir ou evitar o sofrimento, transformando amor em ódio, por exemplo.

“Se a pessoa amou muito, ela vai desenvolver muito ódio, por um momento, para poder se separar. Depois deve haver um equilíbrio, o que a leva a aceitar ter notícias sobre o outro, suportar ver e perceber que pode viver bem sem aquela pessoa”, afirma a psicóloga.

Refletindo para evitar os mesmos erros

Com o fim da relação é necessário repensar e pesar as atitudes que levaram ao término e sofrimento amoroso. Alice enfatiza que essa análise permite evitar a repetição dos mesmos erros, e isso é um sinal de amadurecimento.

“O problema de hoje é que as pessoas não se dão o tempo de elaborar esse luto, e já partem para o próximo relacionamento. O que geralmente acontece é a repetição dos mesmos comportamentos vividos anteriormente, que levaram ao fim do relacionamento”, finaliza.