“Transtornos Mentais e a Terceira Idade” é o tema do próximo ENCONTROS HOLISTE. O psiquiatra André Gordilho e a terapeuta ocupacional Michelle Campos são os convidados para falar sobre o assunto.
O Encontros Holiste é um evento gratuito voltado para familiares que lidam com pacientes com transtornos mentais. O evento será no dia 19 de abril (quarta) às 19h no auditório da Holiste Psiquiatria em Pituaçu. Vagas limitadas, inscreva-se no site.
TRANSTORNOS MENTAIS NA TERCEIRA IDADE
O aumento da longevidade dos indivíduos nas últimas décadas e a previsão do envelhecimento das populações aumenta a importância de discutir a saúde mental do idoso. A população de idosos no Brasil já passa dos 23 milhões, e a estimativa do IBGE é que daqui a dez anos o país ocupe o 6º lugar em número de pessoas com mais de 60 anos no mundo.
O processo de envelhecimento, embora difícil para alguns, é algo que acontece naturalmente, trazendo algumas mudanças e diversos transtornos mentais de intensidade moderada a leve, que até então não haviam sido detectados, podem se agravar.
A identificação de um quadro de transtorno mental torna-se mais complexa, devido a algumas características comportamentais e fisiológicas desta fase, que por vezes se confundem com o que poderia ser considerado um sintoma. Por isso, frequentemente a família só percebe que algo errado está acontecendo quando a doença já está avançada.
DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE
“A depressão é uma doença que merece atenção em qualquer fase da vida, porém, na terceira idade o cuidado deve ser maior, pois o idoso possui uma saúde mais frágil, mais suscetível a doenças como diabetes, hipertensão e demais problemas que podem acompanhar essa fase”, explica Dr. André Gordilho, que irá falar sobre a “DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE”.
A depressão é uma doença complexa e o reconhecimento da doença no idoso é mais difícil devido aos preconceitos relacionados a velhice, o que dificulta o acesso do paciente ao tratamento adequado.
“Para um diagnóstico preciso é importante fazer uma avaliação médica criteriosa, porque existem doenças físicas e clínicas, que podem alterar o estado de ânimo e o indivíduo pode simplesmente fazer uma terapia sem antes fazer uma investigação mais aprofundada e acabar “tratando” um outro problema que não é o problema real. Alguns remédios também, como os hipertensivos ou outras medicações podem gerar sintomas depressivos. Por isso, é importante uma avaliação médica para ver a interação medicamentosa entre um e outro”, chama a atenção o psiquiatra.
ATIVIDADES TERAPÊUTICAS NO TRATAMENTO
Verificada a necessidade de um tratamento psiquiátrico prioriza-se o atendimento multidisciplinar, associando o tratamento medicamentoso com psicoterapias.
“O foco do trabalho são as necessidades do idoso, considerando sua subjetividade e seus desejos. Busca-se estabelecer um vínculo de confiança com o paciente, e para intervenções que proporcionem ao idoso uma maior autonomia, a fim de que ele possa conviver e se desenvolver como sujeito criativo no seu meio social, apesar dos seus limites e dificuldades”, explica Michelle Campos, Coordenadora do Núcleo de Terceira Idade da Holiste.
A terapeuta ocupacional irá abordar o tema “CUIDADOS NA TERCEIRA IDADE”, destacando a importância de estabelecer uma rotina de atividades terapêuticas integrada ao tratamento psiquiátrico.
“Essas atividades são estratégias de intervenção que visam a diminuição dos sintomas e aumento da autonomia e capacidade funcional. É importante que o paciente se perceba conectado ao mundo externo, se sinta parte do meio social. Essa proposta visa estimular o sujeito a lidar com suas dificuldades, estreitar os laços com o mundo externo, resgatar memórias e exercer sua cidadania, estimulando o idoso a resignificar essa fase da vida e criar novas perspectivas”, finaliza Michelle Campos.