A Organização Mundial da Saúde divulgou recentemente um estudo em que mostra que 264 milhões de pessoas sofrem do Transtorno de Ansiedade. A média mundial é em torno de 3,6% da população. No Brasil essa porcentagem sobe para 9,3%, já que 18 milhões de brasileiros são acometidos por este transtorno.
A ansiedade é um estado emocional que faz parte da vida. É comum nos sentirmos ansiosos diante de algumas situações cotidianas, como por exemplo, em uma entrevista de emprego ou horas antes de realizar uma prova importante. Mas quando a ansiedade passa a afetar negativamente o dia a dia e é caracterizada por preocupação e medo constantes, pode ser um sintoma de um transtorno chamado TAG – Transtorno de Ansiedade Generalizada.
Em entrevista ao programa Conexão Bahia, o psiquiatra André Gordilho falou sobre o tema: “Um bom termômetro é quando esta ansiedade começa a criar problema e a alterar sua rotina. Preocupação excessiva ou expectativa apreensiva a maior parte do tempo já são alertas preocupantes. O indivíduo não consegue lidar com as demandas diárias e apresenta sintomas que atrapalham sua vida funcional”.
Assista a entrevista completa com Dr André Gordilho
Estamos realmente mais ansiosos?
Para o psiquiatra, a rotina acelerada e o estilo de vida digitalmente conectado contribuem para tornar os indivíduos mais ansiosos. “A necessidade de estar o tempo todo online e dar respostas quase que imediatas a todas as demandas, de certo modo, acabam por gerar uma certa ansiedade nas pessoas. A facilidade que a tecnologia proporciona na forma dos indivíduos interagirem é muito positiva por um lado, mas acarreta alguns prejuízos”.
O médico ressalta, porém, que para ser diagnosticado como transtorno de ansiedade é preciso um conjunto de sintomas associados com grande intensidade e por um determinado período de tempo. Além da preocupação excessiva, o indivíduo pode apresentar também inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.
O indivíduo afetado pelo TAG pode ser definido como uma pessoa extremamente preocupada e que sofre em diversas áreas da sua vida por não conseguir deixar essa preocupação de lado. Ele é afetado não somente na vida profissional, mas também no convívio social e na vida acadêmica.
Como tratar
O tratamento para o transtorno de ansiedade deve ser realizado por um especialista. Dr. Gordilho alerta a importância desta primeira avaliação: “Às vezes, causas clínicas levam à ansiedade, como o hipertireoidismo por exemplo. Então se não for realizada uma avaliação global bem feita por um médico, pode acontecer de ser tratado o sintoma e não a doença de base, o que pode afetar diretamente no tratamento”.
O tratamento indicado nestes casos é a base de medicação, os mais utilizados são os antidepressivos e ansiolíticos, associado às psicoterapias. Ainda segundo o psiquiatra, manter uma vida saudável com alimentação, rotina de sono e atividades físicas em dia são essenciais para minimizar os impactos da ansiedade.