Em entrevista ao Viva Bem, do UOL, o psicólogo Pablo Sauce alertou para os perigos do uso da álcool para a saúde mental.
O consumo de álcool é amplamente aceito na sociedade, frequentemente associado a momentos de lazer e socialização. No entanto, seus efeitos sobre a saúde mental e o funcionamento do cérebro vão muito além da sensação momentânea de relaxamento. O uso prolongado pode causar danos significativos.
Como o Álcool Afeta o Cérebro
O álcool age diretamente no sistema nervoso central, interferindo na comunicação entre os neurônios e comprometendo diversas funções cognitivas. No curto prazo, isso pode resultar em alterações de humor, perda de julgamento e dificuldade de coordenação. Com o uso frequente e prolongado, as consequências tornam-se ainda mais preocupantes.
Entre os impactos mais graves do consumo excessivo de álcool está a síndrome de Wernicke-Korsakoff, causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1), essencial para o metabolismo cerebral. Os sintomas iniciais incluem confusão, dificuldades de coordenação motora e problemas oculares. Se não tratada a tempo, a condição pode evoluir para um estágio crônico, caracterizado pela incapacidade de formar novas memórias e lapsos severos de memória recente.
O uso prolongado da substância traz outros problemas graves. “As consequências podem chegar à instalação da síndrome Wernicke-Korsakoff, com sequelas de confusão mental e amnésia prolongada, muitas vezes irreversíveis”, afirma Pablo Sauce, psicólogo e coordenador do Programa de Adicções Generalizadas da Holiste Psiquiatria.
O Perigo da Dependência
Além dos danos diretos ao cérebro, o álcool também pode ser um gatilho para transtornos psicológicos. Pessoas com histórico de ansiedade, depressão ou transtorno bipolar podem sentir um alívio momentâneo ao beber, mas essa sensação é passageira. A longo prazo, o álcool pode agravar sintomas depressivos, aumentar a impulsividade e elevar o risco de pensamentos suicidas.
Existe um Consumo Seguro?
Não há uma quantidade mínima de álcool que possa ser considerada completamente segura. Mesmo em pequenas doses, ele pode comprometer os reflexos e a capacidade de reação. A tolerância ao álcool varia de pessoa para pessoa, mas em certas situações, como ao dirigir ou durante a gestação, qualquer consumo pode representar riscos graves.
Conclusão
O álcool pode parecer inofensivo quando consumido socialmente, mas seus efeitos a longo prazo podem ser devastadores para o cérebro e a saúde mental. A conscientização sobre esses riscos é essencial para que as pessoas façam escolhas mais informadas sobre seu consumo. Se você ou alguém próximo enfrenta dificuldades com o uso de álcool, buscar ajuda profissional pode ser o primeiro passo para evitar danos irreversíveis à saúde cerebral e ao bem-estar geral.