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CRISES E EMERGÊNCIAS EM SAÚDE MENTAL

emergências em saúde mental

O psicólogo Ueliton Pereira e o psiquiatra Leonardo Araújo palestraram sobre crises e emergências em Saúde Mental no III Simpósio de Clínica Ampliada em Saúde Mental da UNIME.

 

As crises e emergências em Saúde Mental são situações delicadas, que demandam uma abordagem específica e profissional. Diferente de outras situações graves de saúde, as emergências psiquiátricas demandam o manejo de pensamentos, sentimentos e comportamentos de risco, que se mal abordados podem colocar a vida do paciente e de terceiros em risco. É um trabalho complexo, para o qual a maioria dos profissionais de saúde não estão preparados para atender.

Assim, atendendo ao convite da Unime, Ueliton Pereira, psicólogo e Diretor Técnico da Holiste, e o psiquiatra Leonardo Araújo participaram do III Simpósio de Clínica Ampliada em Saúde Mental da universidade, onde puderam compartilhar suas experiências no controle de crises.

 

O QUE SÃO EMERGÊNCIAS EM SAÚDE MENTAL?

Primeiro, é importante definir o que é considerado emergência em Saúde Mental. Um quadro de transtorno mental pode variar muito na composição dos sintomas e em sua gravidade. Quando os sintomas se tornam uma ameaça à vida ou ao patrimônio (real ou simbólico), são necessárias medidas mais contundentes, como a internação psiquiátrica.

Um paciente em mania bipolar, por exemplo, pode apresentar comportamento sexual de risco, abuso de drogas e outros comportamentos que o colocam em perigo. Um surto psicótico, por ter como características como desorganização mental e rompimento com a realidade, pode colocar a vida do paciente e de terceiros em risco. Uma depressão, quando não tratada adequadamente, pode resultar em uma tentativa de suicídio.

Em 90% dos casos, os transtornos mentais são tratados em ambulatório, por serem quadros leves. Os outros 10% que apresentam sintomas mais significativos necessitam de uma abordagem mais contundente, como uma internação.

“As pessoas ainda possuem muito preconceito com a internação, mas ela é um recurso fundamental para salvar vidas. Hoje, as clínicas possuem um ambiente terapêutico de caráter integrador, bem diferente dos antigos manicômios que segregavam os pacientes da sociedade. A internação moderna estabiliza o paciente e o prepara para retomar sua vida cotidiana, em um trabalho que envolve a própria família.” – explica Ueliton.

 

SUICÍDIO

Entre as emergências em Saúde Mental, as tentativas de suicídio talvez sejam as mais frequentes; são mais de 800 mil casos de suicídio por ano em todo o mundo, sendo a segunda causa de morte entre indivíduos de 15 à 29 anos. Presente em diferentes diagnósticos, o suicídio é a expressão de um sofrimento profundo, onde o indivíduo enfrenta um sofrimento psicológico tão grande que acredita que a única forma de solucionar o problema é dando fim à própria vida.

Mas, o suicídio não acontece de uma hora para a outra. Até se chegar ao cometimento do ato, existem alguns sinais e etapas que merecem atenção: primeiro o indivíduo apresenta a ideação suicida; depois ele passa para a tentativa que pode ou não ser efetiva. Nesse processo, a pessoa pode apresentar comportamentos como desesperança, isolamento, desinteresse por atividades de sua rotina e pela própria vida. Mas, é importante salientar que nem sempre esses sinais são tão visíveis, sendo fundamental a avaliação de um especialista.

“O mais importante é procurar o auxílio de um psiquiatra assim que identificar algum desses sinais, pois a intervenção precoce é determinante para a preservação da vida. Atualmente, há uma série de opções terapêuticas com bons resultados na remissão da ideação suicida, como a Cetamina e a eletroconvulsoterapia (ECT).” – informa Leonardo.