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Dessasistência em Saúde Mental preocupa a classe médica

O descaso com a Saúde Mental é o foco da nova campanha do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul.

O SIMERS – Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, aproveitou o Dia Mundial da Saúde, que este ano trouxe a depressão como tema, para discutir um fato de extrema importância no segmento da Saúde Mental: a desassistência. Depois da reforma psiquiátrica, o Estado brasileiro passou a sistematicamente fechar leitos psiquiátricos em todo país, gerando a desassistência de milhares de pacientes, em especial do público mais carente que depende do SUS para o seu tratamento.

A campanha do SIMERS traz um forte alerta: “Transtornos mentais roubam um pedaço da vida, a desassistência rouba o resto”. Os idealizadores chamam a atenção para o fato de que o transtorno mental é uma doença como outra qualquer e necessita de cuidados médicos especializados, além de alertarem para uma dura estatística da OMS: no Brasil, 11 milhões de pessoas sofrem de depressão.

Abaixo, segue o vídeo da campanha criada pelo SIMERS.

De 1989 até hoje, quase 100 mil leitos psiquiátricos foram fechado em todo o país. Na Bahia, o governo do estado anunciou o fechamento de três unidades de internação psiquiátrica: os hospitais Mário Leal, Juliano Moreira e Afrânio Peixoto, totalizando o fechamento de 233 leitos, em uma rede de atendimento que já era insuficiente para a demanda da população. Em entrevista ao jornal A Tarde, Fabiana Nery, psiquiatra da Holiste, afirmou que “O fechamento dos hospitais psiquiátricos vai provocar uma institucionalização do descuido com os pacientes. Estima-se que 5 a 10% da população com transtornos mentais vai precisar, algum dia, de internamento para se tratar, e o modelo de CAPS proposta para substituir os hospitais não tem estrutura para atender essas pessoas”.

O psiquiatra Luiz Fernando Pedroso, Diretor Clínico da Holiste, criticou a medida em seu artigo intitulado “De mal a pior”. A Holiste expressa sua posição contrária ao fechamento de leitos psiquiátricos, pois acredita que a internação psiquiátrica é uma ferramenta terapêutica de extrema importância para o manejo das crises, salvando a vida de milhares de pacientes, familiares e terceiros.