Terapia Ocupacional, Arteterapia e Musicoterapia são importantes terapêuticas utilizadas no tratamento de transtornos mentais, que se somam ao acompanhamento psiquiátrico e psicológico.
Terapia Ocupacional
A intervenção do terapeuta ocupacional tem como objetivo principal o resgate e a manutenção de habilidades físicas, motoras, cognitivas ou psicossociais do paciente, para o desenvolvimento de uma maior autonomia e independência nas atividades que fazem parte de seu cotidiano. Assim, a terapia ocupacional auxilia o restabelecimento de tarefas como: trabalhar, escrever, tomar banho, cozinhar, dirigir, andar, brincar, estudar, atividades produtivas, de lazer e entretenimento.
O terapeuta ocupacional pode atuar utilizando uma gama de atividades (lúdicas e expressivas por meio do lazer, arte, dança, leitura, desenho, pintura e estimulação cognitiva, entre outras) como recurso terapêutico. “Não são atividades desenvolvidas meramente para ‘ocupar o tempo’, mas escolhidas com objetivos bem definidos e utilizadas como estímulos para provocar respostas específicas desejadas pelo terapeuta. Como exemplo, o terapeuta ocupacional pode utilizar uma atividade de pintura para trabalhar a noção de espaço, coordenação motora, concentração, dentre outras habilidades. É fundamental que as atividades realizadas sejam significativas, se relacionando com as necessidades, interesses e com realidade do paciente”, destaca a terapeuta ocupacional da Holiste, Michelle Campos, que coordena o tratamento de pacientes idosos e/ou com outras limitações.
A intervenção do profissional se inicia com uma avaliação minuciosa, visando identificar as habilidades, alterações e limitações funcionais do indivíduo. A partir daí, é elaborado e implementado o projeto terapêutico mais indicado, estabelecendo objetivos a curto, médio e longo prazos, seguidos de reavaliações periódicas.
Na Holiste, mesmo após a alta e quando necessário, o paciente mantém o acompanhamento com o terapeuta ocupacional a nível ambulatorial ou domiciliar. “Temos uma série de ganhos na internação, com o paciente sendo avaliado e estimulado todo o tempo, envolvido em uma rotina bem estabelecida e em um projeto terapêutico, e isso não pode se perder no momento da alta. Essa rotina precisa ser estendida ao ambiente doméstico, para que o paciente não perca sua funcionalidade. É importante conhecer o ambiente em ele vive, quais limitações enfrenta neste ambiente, pois é nesse momento que se pode sugerir intervenções e adaptações que ajudem a promover sua autonomia. Orientamos as famílias e cuidadores com relação ao que deve ser feito em casa para manter os estímulos e promover a independência”, ressalta.
Musicoterapia
De acordo com a musicoterapeuta da Holiste, Nadja Pinho, a música mobiliza o ser humano e favorece trabalhos com a memória, com a estimulação cognitiva, com a atenção e até no próprio processo de relaxamento do indivíduo. É com esse recurso que são desenvolvidas as atividades da musicoterapia. “Ela nos dá um enorme leque de possibilidades e bons resultados. Fazemos seu uso em quadros diversos, como na bipolaridade, esquizofrenia, tratamento de crianças com TDAH e dificuldade de aprendizado, e até em processo demencial”, revela. Nadja também destaca a importância da prática no processo de socialização do indivíduo, já que o trabalho é, muitas vezes, feito em grupo.
Na Holiste, instrumentos, voz e corpo são usados no processo terapêutico. “A música é capaz de remontar lembranças, vivências do indivíduo. Isso traz a emoção à tona, que é trabalhada de forma mais suave”, defende a especialista.
Trata-se, portanto, de um processo terapêutico com início, meio e fim, que leva de seis meses a um ano para apresentar resultados sólidos, variando de acordo com cada caso. “Não é distração, recreação ou passatempo. Necessita de um planejamento, envolve a parte de identificação com os instrumentos, reconhecimento de voz e identificação musical, entre outros aspectos”, explica Nadja.
Dentre os principais resultados positivos obtidos com os pacientes, a musicoterapeuta destaca a melhora na comunicação, maior vínculo com as pessoas e com as atividades do dia a dia, assim como a liberação de determinados conteúdos de forma mais tranquila e menos dolorosa. “Pacientes que em outros momentos não conseguiam nos apresentar determinados conteúdos, com a musicoterapia conseguem de forma bem fluida”, conta.
Além disso, a musicoterapia já foi capaz de identificar a necessidade de determinado encaminhamento para o paciente. “E isso é bem mais fácil aqui na Holiste, porque trabalhamos com uma equipe multidisciplinar. Se durante a nossa atuação o paciente começa a trazer uma demanda diferenciada, nós sinalizamos para o outro profissional que é necessário rever, em algum ponto, o tratamento do mesmo”, revela.
SAIBA MAIS SOBRE MUSICOTERAPIA
Arteterapia
A arteterapia é um processo terapêutico que utiliza a arte como um facilitador para que o paciente expresse suas angústias, medos, dificuldades e outros sentimentos. São utilizadas várias técnicas artísticas, como a pintura, o desenho, a modelagem, a música, a dança, dentre outros. O trabalho realizado faz emergir conteúdos conscientes e inconscientes do indivíduo, que em algum momento de sua vida foram esquecidos ou bloqueados, mas que precisam ser trabalhados ou somente relembrados.
“O processo terapêutico tem como objetivo o resgate do potencial criativo, o contato com sentimentos e lembranças, o autoconhecimento e a melhora da autoestima” – destaca a arteterapeuta da Holiste, Narajane Oliveira, enfatizando que, mesmo sendo um trabalho realizado em grupo, cada paciente apresenta sua própria subjetividade.
“Os recursos utilizados pela arteterapia refletem conteúdos plásticos, representações simbólicas que podem ser interpretadas e analisadas pelo especialista, possibilitando o entendimento em torno de realidades que estão ocultas no inconsciente, que são afloradas durante as vivências com os pacientes”, esclarece.
Com os idosos, a arteterapia tenta resgatar seus potenciais adormecidos, sentimentos ocultos, a busca do autoconhecimento, da autoconfiança, proporcionando, assim, a reinvenção de suas histórias de vida. “Os resultados são positivos, pois muitas vezes conseguimos quebrar aquele sentimento de incapacidade, ajudando na superação dos seus limites, na relação de troca com o outro e reconhecimento de si enquanto indivíduo”, finaliza.