Pessoas que foram vítimas de assalto ou que passaram por uma situação de violência podem desenvolver traumas. Medo de sair de casa e dificuldade para exercer atividades do dia a dia, como ir ao trabalho, são comportamentos comuns para quem enfrentou momentos de medo. Para superar, quase sempre é preciso procurar ajuda.
Em entrevista ao programa Band Cidade, Dra Livia Castelo Branco, psiquiatra da Holiste, falou sobre a relação dos indivíduos com estes episódios traumáticos. “Algumas pessoas tem uma vulnerabilidade maior de acordo com a sua capacidade de lidar com o estresse e de enfrentar o problema, já outras pessoas possuem uma predisposição genética que contribui para isso”, explica.
As diferentes maneiras de reagir
Independente da situação traumática vivida, que podem ser várias: assaltos, acidentes de trânsito, sequestros, violência sexual, presenciar uma situação violenta que ocorre com outra pessoa, a forma como cada indivíduo lida e reage com aquele episódio é única.
“Cada um possui uma história singular de agressões e estresses em sua vida, cada indivíduo associa o evento agressivo atual a experiências específicas de seu passado. Ou seja, uma série de fatores como estes tornam pessoas mais vulneráveis, sendo determinante para a maneira como elas enfrentam aquele momento”, comenta.
A psiquiatra frisa ainda que as reações diferentes podem ser tanto no momento do episódio quanto após. Por exemplo, durante uma situação de violência uma pessoa pode se manter calma e fria, já a outra pode ficar nervosa e histérica. Ou seja, são modos diferentes, pessoais, de lidar com a mesma situação de estresse intenso.
Após a situação, cada um poderá vivenciar também de um modo singular os efeitos posteriores. Um indivíduo pode ficar com medo apenas por alguns dias e depois voltar à vida normal, outro poderá ficar com uma ansiedade muito grande e duradoura e não conseguir voltar à sua rotina, enquanto um terceiro poderá afundar numa profunda depressão decorrente do grande abalo causado pela experiência.
Quando buscar ajuda
Em média, 20% das pessoas não consegue superar um trauma. É aí que ele começa a se tornar um risco à saúde, desencadeando transtornos psicológicos.“Se a pessoa está apresentando uma tensão constante, lembrando a todo tempo da situação traumática e tendo dificuldade nas relações com outras pessoas é sinal que está precisando de ajuda médica”.
A intervenção médico-terapêutica é um recurso necessário para que a pessoa possa reorganizar seu padrão de funcionamento e continuar seu processo de vida de modo mais saudável.
Transtornos de Ansiedade
O Transtorno do Estresse Pós-Traumático se encaixa no espectro dos Transtornos de Ansiedade. São eles: Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social, Estresse Pós-Traumático e Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
O psiquiatra da Holiste, Dr. Victor Pablo, falou sobre o tema no Encontros Holiste, evento voltado para familiares de pessoas que lidam com transtornos mentais, além de profissionais da área da saúde. Saiba mais.