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Qual o papel da família no tratamento do paciente psiquiátrico?

O portal ISaúde Bahia publicou uma entrevista com Dr. Victor Pablo, sobre a importância dos familiares atuarem como principais agentes no tratamento.

“Os familiares são os primeiros a perceber as alterações comportamentais e os riscos de exposição nos quadros de esquizofrenia, transtorno bipolar do humor, anorexia nervosa e transtorno por uso de substâncias psicoativas. Geralmente são aqueles que conduzem o paciente para a avaliação psiquiátrica e os que podem realizar o acolhimento adequado durante o período de estabilização dos sintomas agudos. ”

 

ENTENDENDO O TRANSTORNO MENTAL

O psiquiatra explica que a maior parte dos transtornos mentais tem início no fim da adolescência e início da vida adulta.  Victor Pablo lembra da importância de iniciar o tratamento correto o mais cedo possível, assim como ampliar o entendimento sobre o transtorno.

Algumas maneiras de diminuir os prejuízos físicos, sociais, financeiros e profissionais de tais distúrbios é a informação a respeito do que seja um transtorno mental, que a maioria deles tem excelente prognóstico quando prontamente iniciado o tratamento; o conhecimento de que os transtornos mentais são muito comuns, principalmente os quadros fóbicos, panicosos, ansiosos e a depressão maior; saber que a exposição dos adolescentes ao uso de substâncias psicoativas é bastante prevalente e perigosa para um cérebro na fase de amadurecimento final.

 

ESTIGMATIZAÇÃO E O PAPEL DA FAMÍLIA

Dr. Victor Pablo reforça a necessidade da família se preparar e adotar uma postura positiva e compreensiva no processo de cuidado do paciente.

A família quase nunca está preparada para esses eventos que podem envolver o sofrimento psicológico descontextualizado do ente querido, seus fracassos dramáticos nas relações sociais e na área profissional, bem como a ocorrência de comportamentos de risco, como exposições morais, financeiras e físicas. Algumas das reações mais comuns são a negação, a rejeição pelo julgamento moral ou a superproteção criando uma “zona de conforto”. A estigmatização da psiquiatria ainda existe e leva a essas posturas de camuflagem primitiva: “É o jeito dele”, “Ele sempre foi uma pessoa preguiçosa mesmo”, “Eu não vou aceitar vagabundo nesta casa”, “Você é uma vergonha!”, “Tem filhos que nasceram para não dar certo”, “É bom que ele fique com a gente aqui em casa, assim seremos a companhia um do outro até o fim”.

Porém, o psiquiatra lembra que apenas uma fração, algo em torno de 10%, dos transtornos psiquiátricos demandam um cuidado intensivo e permanente.

“Apenas os quadros mais graves de esquizofrenia, transtorno bipolar do humor, transtornos do uso de derivados de cocaína, anorexia nervosa e alguns transtornos de personalidade borderline demandam cuidado mais permanente. Entretanto, a demora no diagnostico pode tornar a doença mais grave e dificultar o início do tratamento adequado”.

 

CUIDANDO DO CUIDADOR

“O ideal é que o cuidador consiga dividir as atenções com os familiares e outros cuidadores. Não basear a relação com o paciente apenas pela “função de cuidado”, quando ele se tratar de um familiar. Refletir sobre o panorama geral do caso clínico junto com profissionais de saúde mental para criar estratégias de enfrentamento e diminuição do desgaste. Manter um rico repertório de atividades fora do papel de cuidador, como exercícios físicos, lazer, eventos sociais, turismo, ocupações profissionais, artísticas e voluntárias”, recomenda o psiquiatra.

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ENTREVISTA ISAÚDE BAHIA

Leia a entrevista completa de Dr. Victor Pablo no portal ISaúde Bahia.