O psicanalista Jorge Forbes e o psiquiatra André Gordilho foram os convidados da 4º edição do Ciclo de Palestras Holiste realizado em janeiro/2017.
Os palestrantes falaram sobre os dilemas da felicidade, da tristeza e todas as angústias em torno desses sentimentos, para uma grande plateia composta por profissionais da saúde mental e estudantes, além de pessoas de diversas áreas interessadas nos temas apresentados.
André Gordilho realizou a palestra, “TRISTEZA E DEPRESSÃO: COMO DIFERENCIAR?”, seguido por Jorge Forbes com o tema “O CONCEITO DA FELICIDADE E O PAPEL DO SOFRIMENTO”. Para encerrar, os dois palestrantes responderam as perguntas da plateia que foram moderadas pela psiquiatra Fabiana Nery.
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TRISTEZA E ALEGRIA TRABALHAM JUNTAS
“Tristeza é uma emoção comum, uma emoção normal. Além disso é importante experenciar a tristeza, sem ela não conseguimos crescer”, explicou o psiquiatra André Gordilho.
André Gordilho, trouxe conceitos como emoção e humor, que ajudaram a explicar a diferença entre a tristeza e a depressão. Falou sobre a diferença da depressão como sintoma, síndrome e doença. Abordou também sobre a necessidade de entender a depressão como uma doença séria que impacta algo em torno de 15% da população mundial, segundo dados da OMS.
Entender que a tristeza e alegria trabalham juntas para formar “memórias mistas”, faz parte do nosso amadurecimento. “Não vivemos só de alegria, mas, também não vivemos só de tristeza”, encerrou o psiquiatra.
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UMA INFLAÇÃO DE FELICIDADE
Em sua palestra, Jorge Forbes, analisou a felicidade do ponto de vista da psicanálise e explanou sobre as mudanças no comportamento da nossa sociedade com a “passagem” da modernidade para a pós-modernidade, da Terra 01 para a Terra 02, como classificou o psicanalista.
“Vivemos uma verdadeira inflação de felicidade. Há uma busca atual pela felicidade que é compatível com a mudança dos tempos. Vivemos nos últimos 30 anos, uma revolução no laço social humano, maior que nos últimos 3 mil anos.
Nós nos organizávamos de uma forma padronizada, hierárquica, vertical, linear. Onde sabíamos o que era bom e ruim, o que era certo e errado. Tínhamos mestres, e nos dávamos notas dependendo da proximidade com os padrões estabelecidos.
A pós-modernidade é a quebra da verticalidade. É a multiplicidade das escolhas. Por um lado, é a liberdade da espécie humana, por outro lado é um imenso apavoramento. Hoje em dia, quando temos 10 escolhas a fazer e escolhemos uma, a única certeza que temos é que perdemos 09”, explica Jorge Forbes.
O DIÁLOGO ENTRE LINGUAGENS DIFERENTES
O Ciclo de Palestras Holiste realizou em janeiro sua quarta edição. O evento é promovido pelo Centro de Estudos Holiste e tem como objetivo abordar de forma ampla os desafios da moderna psiquiatria.
“O desafio do nosso ciclo de debate é promover o diálogo entre linguagens diferentes. O que assistimos hoje foi um médico psiquiatra que busca soluções para problemas, tem uma visão mais pragmática da mente humana, e um psicanalista que faz perguntas que não tem respostas, que propõe desafios especulativos.
Fazer com que essas duas linguagens se encontrem e conversem é um desafio que vivemos no dia a dia da nossa prática psiquiátrica e é o desafio proposto para esse ciclo de debates”, afirmou Luiz Fernando Pedroso, psiquiatra e diretor clínico da Holiste.”
CICLO DE PALESTRAS HOLISTE
O evento já contou com palestras do filósofo Luiz Felipe Pondé (Os desafios da Mudança); da pesquisadora Carmita Abdo (Comportamento Sexual); do sociólogo Demétrio Magnoli (Fanatismo religioso); do psiquiatra Luiz Fernando Pedroso (Psiquiatria para Além da Medicina e Radicalismo Político e Transtorno Mental) e da psiquiatra Fabiana Nery (Sofrer por amor: Qual o limite?).