Dr. Gordilho, psiquiatra da Holiste, falou para a Revista Saúde Bahia sobre a relação da fibromialgia e a depressão e como o tratamento de EMT pode trazer uma melhora nos sintomas da doença.
“Eu sinto dor do fio do cabelo até o dedão do pé”. Há mais de 10 anos essa é a realidade da aposentada Tânia Maria Fortuna, 60, quando foi diagnosticada com fibromialgia. A síndrome faz com que a pessoa sinta dores por todo o corpo durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos, tendões e em outros tecidos moles.
A vida de Tânia, que cuidava da parte financeira de uma empresa, mudou radicalmente após o diagnóstico. Ela teve que abandonar o trabalho, limitar os afazeres da casa e até o uso de vestimentas passou a exigir cuidados especiais. “Eu tive que usar roupas largas, chinelos confortáveis e até dispensar o uso de sutiã, pois me causava dores terríveis”, relata.
As causas da fibromialgia ainda são desconhecidas, mas existem vários fatores que estão frequentemente associados a esta síndrome, como genética, infecções por vírus, doenças alto imunes ou distúrbios do sono, sedentarismo e ansiedade. A síndrome é mais comum em mulheres do que em homens, em especial naquelas entre 20 e 50 anos.
No início, Tânia buscou um ortopedista, mas as dores continuavam. Quando a situação beirou o insuportável, ela chegou a um reumatologista. Após exames e investigações, veio o diagnóstico. Porém, os efeitos dos remédios estimularam Tânia a desistir do tratamento e viver a base de analgésicos, que agem, apenas, como paliativos. “Eu procuro esquecer a doença e tento fazer o que posso, na esperança de melhorar um dia”, deseja.
DEPRESSÃO
Outro fator relevante ligado à fibromialgia é que a doença, geralmente, vem associado a distúrbios de humor, especialmente depressão. Estudos mostram que 30% a 40% dos pacientes apresentam o sintoma no momento do diagnóstico e quase 60% no decorrer das suas vidas.
O psiquiatra da Clínica Holiste, André Gordilho, ressalta que o tratamento da fibromialgia requer uma participação ativa do paciente. “Eles devem ser submetidos a um programa multidisciplinar de reabilitação com suporte contínuo, pois o s medicamentos com antidepressivos, analgésicos e relaxantes musculares atenuam os sintomas”, aponta.
ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA
A boa notícia é que novas terapêuticas já estão sendo estudadas e demonstram bons resultados, como estimulação magnética transcraniana. “Este procedimento consiste na indução de pulsos magnéticos em uma região especifica do cérebro, levando a uma modulação neural com melhora dos sintomas da fibromialgia”. O melhor de tudo é que se trata de um procedimento não invasivo, indolor, sem necessidade de anestesia e quase isento de efeitos colaterais.
Confira a matéria completa na revista Saúde Bahia, 09, dez/2015