A Holiste Psiquiatria inaugurou, na última terça-feira (6), a nova casa de sua Residência Terapêutica. Localizada no bairro Pituba, em Salvador, a RT oferece moradia assistida para pacientes com doenças mentais crônicas. Após dois anos de atividade, e com objetivo de ofertar mais conforto e espaço para realização de atividades psicoterápicas, a residência passou por uma reforma e ampliação.
O psicólogo e Diretor Técnico da Holiste, Ueliton Pereira, contou um pouco da trajetória da clínica e como o projeto da RT foi concebido, a partir da necessidade de criar um serviço que se adequasse aos cuidados e particularidades demandadas pelos pacientes crônicos:
“A Holiste nasceu nessa casa, resultado dos 15 anos de sucesso do Espaço Holos. Sentíamos a necessidade de construir um espaço que atendesse nossos pacientes crônicos, que possuem particularidades não contempladas no modelo de tratamento ambulatorial, do hospital dia ou mesmo da internação psiquiátrica. Foi a necessidade deles que nos guiou à proposta terapêutica da Holiste, e por isso desenvolvemos a nossa Residência terapêutica, oferecendo uma modalidade de atendimento voltada às necessidades desses indivíduos”, destacou.
Confira o vídeo da nova estrutura da Residência Terapêutica.
Os transtornos mentais, quando tratados tardiamente ou de forma inadequada, podem evoluir para um quadro crônico. Neste estágio, medicações e psicoterapias apresentam eficácia limitada, o que compromete a autonomia e as relações sociais deste paciente.
Isabel Castelo Branco, acompanhante terapêutica e coordenadora da Residência Terapêutica, enfatizou a importância e a proposta do trabalho da Residência de dar ao paciente crônico a possibilidade de ter um papel mais ativo em sua vida, assumindo o protagonismo de sua história e melhorando seu relacionamento sociofamiliar.
“O projeto surgiu da nossa inquietação em relação aos pacientes crônicos, que já não respondiam à internação intensiva. Pessoas com histórico de várias e longas internações, tratamentos equivocados e relacionamento familiar fragilizado. Então, o trabalho está pautado no compromisso e na disponibilidade humana para enfrentamento diário dos problemas relacionados à cronicidade do transtorno mental”, afirmou a coordenadora.
De acordo com Isabel, o desafio de não institucionalizar é uma das premissas deste projeto. A Residência Terapêutica tem como proposta a monitoria do cuidado, e não a tutela dos pacientes. A especialista afirma que a tutela traduz uma fragilidade, um lugar de impotência no qual o indivíduo necessita do protagonismo de terceiros.
Caroline Severo, psicóloga e também coordenadora da RT, acrescentou que o objetivo maior da residência é “ser um lugar em que eles possam se referenciar, pôr em prática a ideia que o cuidado não está concentrado na mão dos médicos, psicólogos, terapeutas e funcionários, mas nas mãos deles próprios, que passam a ser moradores e a circular livremente em seus espaços”.
A admissão do paciente na Residência Terapêutica se dá mediante a indicação do seu médico psiquiatra e da avaliação da equipe técnica da Holiste. Para isso, são avaliados critérios como o nível de comprometimento clínico, psíquico e social do indivíduo, seu grau de autonomia e características disfuncionais relativas à vida diária.




































































