O Hospital Dia Psiquiátrico é um serviço de reabilitação e suporte psicoemocional para pessoas com limitações funcionais decorrentes dos transtornos mentais, bem como dificuldades de reinserção e readaptação ao ambiente sociofamiliar.
O perfil dos pacientes atendidos no HD independe de faixa etária e do diagnóstico psiquiátrico – esquizofrenia, bipolaridade, depressão, dependência química. É indicado para pacientes que tenham alguma dificuldade de reabilitação sócio familiar, laboral, bem como dificuldade de elaborar rotinas ou na vida pessoal.
“A grande maioria dos nossos pacientes lidam com limitações funcionais decorrentes de transtornos mentais e tem dificuldade para retomar o convívio social e as atividades rotineiras. Um simples ato como fazer compras no mercado ou passear na praça torna-se difícil para essas pessoas, por conta de todo o processo de adoecimento pelo qual passaram. Ajudar na recuperação da autonomia funcional e na ressocialização é o objetivo principal do nosso trabalho”, explica o psicólogo Ueliton Pereira.
Ueliton Pereira é psicólogo e falou sobre o projeto terapêutico e o trabalho realizado nos últimos 04 nos, na palestra “HOSPITAL DIA PSIQUIÁTRICO: PARA QUÊ E PARA QUEM”.
O PROJETO TERAPÊUTICO
O tratamento no Hospital Dia é realizado por uma equipe multidisciplinar – psiquiatras, psicólogos e terapeutas, além de farmacêutica, nutricionista, fisioterapeuta e enfermeira – que trabalham diversos aspectos da saúde mental.
O acolhimento é a primeira etapa do processo, onde o paciente e a família são atendidos pelo profissional de referência, que faz a escuta especializada para entender as principais demandas do indivíduo; em seguida, é elaborado um plano terapêutico individual que traz, entre outras coisas, a frequência semanal do atendimento e os grupos terapêuticos aos quais ele será direcionado.
“Além da assistência psiquiátrica, o nosso projeto terapêutico é baseado em oficinas e grupos, seguindo três eixos de abordagem – o psicológico/ psiquiátrico, o psicossocial e o corporal – que buscam exercitar as funções motoras e sociais, através da psicoeducação, do estimulo as capacidades psicomotoras, a reconstrução de rotinas e os cuidados com o próprio corpo.
As atividades são realizadas de segunda a sexta, das 08 às 16h, já que nosso serviço tem características de internação parcial, justamente para o paciente exercitar as habilidades desenvolvidas no Hospital Dia em seu convívio com familiares e outros círculos sociais”, acrescenta o psicólogo.
PARA ALÉM DOS MUROS
As atividades externas são ferramentas que se destacam no trabalho realizado, fazendo uso do conceito de território terapêutico.
“Buscamos um serviço para além dos muros da instituição, tanto no trabalho de acompanhante terapêutico, quanto nas atividades externas. Idas a cinema, praia, teatro ou museu não têm o objetivo de serem simples atividades de lazer. Nessas atividades, fazemos com que os pacientes se sintam inseridos na comunidade, um mundo que era desconhecido para alguns ou esquecidos para outros.
São atividades corriqueiras, mas das quais essas pessoas estavam afastadas por não terem condições psíquicas e emocionais para realizá-las. No nosso trabalho, ajudamos eles a reconhecerem suas limitações, mas fazemos com que eles busquem uma maior autonomia, tornando-se responsáveis pela sua própria vida e bem-estar”, conclui o coordenador do Holiste Dia.
ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS NO TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO
Os serviços de Hospital Dia e Residência Terapêutica foram destaques no Encontros Holiste de agosto, que teve como tema as ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS NO TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO, com as apresentações do psicólogo Ueliton Pereira e da acompanhante terapêutico Isabel Castelo Branco.
O Encontros Holiste é um evento gratuito que reúne familiares de pessoas que lidam com transtornos mentais, além de profissionais da área da saúde mental, para conversar com nossa equipe técnica e entender mais sobre os transtornos e seus tratamentos.
ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR E INTEGRADA
O Holiste Dia e a Residência Terapêutica são serviços que compõem a rede de assistência integrada da Holiste.
“Na psiquiatria moderna é preciso reconhecer que as técnicas farmacológicas e das neurociências se somam às diversas abordagens psicoterápicas e sociais.
O trabalho da Holiste deixa claro que as internações, os ambulatórios, os hospitais dia e a residência terapêutica não são ideologicamente excludentes; ao contrário, são recursos terapêuticos importantes que se complementam tecnicamente, cada qual cumprindo seu papel na recuperação do paciente”, explica Dr. Luiz Fernando Pedroso, diretor clínico da Holiste.
