LONDRES – Metade dos idosos que precisam de cuidados especiais e de longo prazo tem demência, doença que custa cerca de US$ 600 bilhões por ano ou 1% do PIB global, segundo o relatório mundial de Alzheimer, divulgado nesta quinta-feira. O documento estima que o número de idosos dependentes vai de 101 milhões, em 2010, para 277 milhões, em 2050, um aumento de mais de 170%. Hoje, 13% das pessoas com 60 anos ou mais precisam de cuidados intensivos.
Os dados apontam para uma epidemia global, segundo o relatório, que, por isso, chama a atenção para o risco de escassez de profissionais de saúde e a necessidade dos governos de implementarem mais políticas públicas na área.
– Pessoas com demência têm necessidades especiais. Eles precisam de mais horas de cuidado e mais supervisão, o que aumenta a pressão sobre os cuidadores e os custos – afirmou o professor Martin Prince, do Instituto de Psiquiatria do King’s College London, que realizou o estudo a pedido das associações Alzheimer’s Disease International (ADI) e Bupa.
– A necessidade de cuidado começa no primeiro estágio da doença e aumenta à medida que ela evolui. Precisamos valorizar mais a contribuição de cuidadores e remunerá-los melhor- acrescentou.
O relatório ainda recomenda aumentar o monitoramento de qualidade do cuidado com a demência em casas de repouso e na comunidade; dar voz aos pacientes e aos cuidadores; integrar os sistemas sociais e de saúde que tratam da doença; aumentar o treinamento de cuidadores, entre outros.
– Precisamos valorizar aqueles que fazem o atendimento de primeira linha das pessoas com demência. Isso inclui cuidadores remunerados ou não. Os governos precisam reconhecer o papel dos cuidadores e garantir que existam políticas para apoiá-los – disse Marc Wortmann, diretor executivo da Alzheimer’s Disease International.
Fonte: O Globo.