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PARKINSON E SAÚDE MENTAL

Em entrevista ao Band Mulher, o psiquiatra André Gordilho e a psicóloga Maria Eugênia Glustak falaram sobre a doença de Parkinson.

O Parkinson é uma doença neurológica crônica e progressiva, causada pelo envelhecimento e morte das células do cérebro. Os danos causados ao sistema nervoso central comprometem as funções motoras e cognitivas. Os sintomas mais comuns são a lentificação dos movimentos, tremores involuntários, instabilidade e rigidez muscular.

André Gordilho explica que sintomas depressivos também são comuns em pacientes com a doença de Parkinson, e em alguns casos o diagnóstico da doença é feito a partir da identificação desses sintomas.

“Muitas vezes o paciente chega com outras queixas que não são neurológicas, como queixas depressivas, com quadros psiquiátricos e uso de medicações que causam o parkinsonismo. E, às vezes, no decorrer do tratamento de uma outra patologia ele apresenta tremores e quadros de Parkinson”, aponta Gordilho.

Assista à entrevista completa:

Parkinson e a depressão

Os sintomas depressivos podem ser notados antes de outras manifestações, e provavelmente estão relacionados à redução de serotonina e dopamina no cérebro – um processo gradual que traz grandes impactos ao indivíduo com Parkinson. Eugênia explica que uma das dificuldades é saber lidar com as perdas físicas e sociais que a doença impõe.

“Quando uma pessoa que está envelhecendo recebe um diagnóstico como o Parkinson, ela já entra nesse processo com um impacto muito grande, que pode levar mais rapidamente a um quadro depressivo ou ansioso, ou seja: ter que lidar com todas as perdas, e ela tem consciência quando recebe o diagnóstico”, enfatiza a psicóloga Maria Eugênia.

O diagnóstico da depressão em pacientes com Parkinson pode ser uma tarefa difícil, pois alguns sintomas são comuns entre as duas doenças, como alteração de sono, perda de apetite e perda de concentração. Somente uma avaliação médica determinará o diagnóstico preciso.

Papel da família no tratamento

Para um paciente com Parkinson ter qualidade de vida é necessário que haja, além do tratamento medicamentoso e psicoterápico, a atenção e o suporte da família na tentativa de prevenir o isolamento do indivíduo, um sintoma bastante comum com o avanço dos sintomas. O isolamento pode levar ao desenvolvimento de quadros depressivos, devido às limitações impostas ao paciente.

“A pessoa não tem mais interesse de nada. Ela fica isolada, e isso diz muito mais em uma depressão do que a pessoa que fica chorando. O vazio e a falta do desejo falam muito mais sobre uma depressão do que uma tristeza”, explica Maria Eugênia.

Por isso é fundamental que a família esteja atenta aos sintomas e necessidades do paciente, porque o indivíduo tende a se isolar quando tem consciência do que está acontecendo em seu corpo. Por esse motivo, a importância do apoio familiar no incentivo a atividades que possibilitem uma maior autonomia ao indivíduo com doença de Parkinson.