Portadores de depressão ou de outras doenças mentais podem acabar vivendo nas ruas.
Conflitos familiares decorrentes do difícil relacionamento com a doença faz com que o paciente busque na fuga uma forma de se afastar de seus problemas, expondo-se a situações de risco e levando a família ao desespero.
Em entrevista ao quadro “Desaparecidos” do Bahia Meio Dia, o psiquiatra Luiz Fernando Pedroso analisou os casos de portadores de doenças mentais que acabam fugindo de casa por causa da doença, expondo-se aos perigos das ruas, deixando suas famílias desesperadas e por vezes aumentando a massa de moradores de ruas, de droga-adictos e de pequenos delinquentes.
Para o Diretor Clínico do Espaço Holos esta situação é delicada, mas de possível prevenção se identificados os sinais precocemente, tomando as medidas necessárias – “Para perceber não é tão difícil porque o comportamento muda, altera a rotina, a pessoa fica com condutas mais extravagantes, anormais, isso facilmente chama a atenção”.
O psiquiatra também faz questão de frisar a importância da internação nos quadros mais graves, onde o paciente precisa ficar em lugar onde possa receber o tratamento adequado – “Quando um deprimido está, ainda, numa situação em que ele suporta a dor, porque depressão é uma dor enorme, ele colabora com o tratamento e você vai tratar em casa, ele faz a sua consulta, toma os seus remédios sem problema. Mas quando entra na fase do desespero, do risco de suicídio, do risco de sair de casa, do risco de desaparecimento, aí é obrigatório internar”.