O psiquiatra da Holiste, André Gordilho, comentou no programa Na Frequência, da rádio Sociedade, sobre a tragédia que aconteceu com uma lancha em Mar Grande na Ilha de Itaparica, na qual morreram 19 pessoas.
Segundo ele, as pessoas que vivenciam este tipo de acontecimento podem desenvolver um estresse pós-trauma. “Este tipo de transtorno é caracterizado principalmente por pesadelos, o indivíduo tem revivências do que aconteceu e não consegue esquecer aquele momento. São comuns também sintomas como: ataques de pânico, transtorno depressivo, sentimento de desesperança e desânimo.
Os Transtornos de Ansiedade
Os principais Transtornos de Ansiedade são: Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social, Estresse Pós-Traumático e Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros.
Segundo Dr. Victor Pablo, os indivíduos que possuem este transtorno apresentam “flashbacks” e as crises são ocasionadas a partir da lembrança deste acontecimento. Para o psiquiatra da Holiste, “essas recordações quando vem à tona acabam atrapalhando a vida funcional do indivíduo que fica em um estado de alerta e de inibição. Muitas vezes evita sair à noite e se expor, ou frequentar locais que tragam a lembrança do acontecimento traumático”.
Saiba mais sobre Transtornos de Ansiedade na matéria “Transtornos Mentais e a Ansiedade | Entrevista Dr. Victor Pablo”.
Capacidade de superar
Em geral, as pessoas expostas a um evento potencialmente traumático passam a reviver aquela experiência em algum grau, mas a maioria se recupera e consegue superar aquele trauma vivido.
Porém, uma pequena parcela das pessoas traumatizadas, em torno de 20%, não consegue superar um trauma. É aí que ele começa a se tornar um risco à saúde, desencadeando transtornos psicológicos.
“É normal esses indivíduos vivenciarem o luto e despertarem sintomas depressivos neste período, mas o natural é que o indivíduo elabore isso e passe a superar naturalmente, ou seja, sem desenvolver danos psíquicos maiores. Já as pessoas que não conseguem superar de uma forma natural, trazendo prejuízos para a sua vida, precisam de um encaminhamento adequado, seja para um tratamento psiquiátrico ou psicoterápico a depender da variação de cada caso”, orienta o psiquiatra André Gordilho.