“Prevenção do Suicídio em Jovens” foi o tema da palestra realizada pelo psiquiatra Victor Pablo, onde destacou a importância do diálogo na prevenção do suicídio.
A palestra aconteceu durante o Encontros Holiste de setembro, que trouxe o tema ENTENDENDO O SUICÍDIO. O evento fez parte das ações do Setembro Amarelo, mês de prevenção do suicídio.
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AUMENTO DO SUICÍDIO EM JOVENS
O suicídio é uma das principais causas de mortes entre jovens de 15 a 29 anos em todo mundo. Em 2015 foram contabilizadas 67 mil mortes por suicídio nessa faixa etária no Brasil. Um número relativamente baixo, se comparado a média internacional ou a imenso número de mortes por violência e acidentes.
Porém, um dado chama a atenção: a taxa de suicídio em jovens subiu de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002 para 5,6 em 2014 – um aumento de quase 10%.
“Uma das suposições para esse aumento é ausência de campanhas ativas de conscientização sobre o tema. Em países que realizam campanhas de forma sistemática, é possível verificar uma diminuição nesses números. Esse fato só contribuiu para aumentar o tabu em torno do tema”, explica Dr. Victor Pablo.
SAIBA MAIS SOBRE O SUICÍDIO INFANTOJUVENIL
A DOENÇA E O IMPULSO
O ato suicida é um processo, um indicativo do sofrimento do indivíduo. Na grande maioria dos casos, a tentativa de suicídio está diretamente ligada a um transtorno psiquiátrico, como depressão, bipolaridade, esquizofrenia ou dependência química.
“No caso dos jovens, eles têm um agravante, pelo fato de serem naturalmente impulsivos, imediatistas e não atingiram a maturidade emocional. Isso traz dificuldades para lidar com frustrações ou situações de estresse, que podem vir a ser gatilhos para uma mente adoecida, pois, embora muitos pacientes tenham planos bem formulados para o suicídio, a decisão final para a ação costuma ser determinada por impulso ”, destaca o psiquiatra.
A questão da ambiguidade no comportamento suicidada também foi abordada por Dr. Victor Pablo.
“Existe um pensamento ambivalente; a pessoa não quer morrer, ela quer se livrar da dor. Na maior parte das pessoas, o impulso para a vida acaba prevalecendo, o que a leva a pedir ajuda. A maioria dos pacientes sinaliza o seu sofrimento. Algumas estatísticas mostram que 45% dos suicidas procurou alguma ajuda médica até um mês antes de passar ao ato”.
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
Dr. Victor fala também da importância na mudança dos aspectos sociais que rodeiam o tema, como uma maior abertura ao diálogo e a necessidade de criar e capacitar uma rede ampla de acolhimento, envolvendo além dos profissionais da saúde, escolas, empresas e as próprias famílias.
“Quanto mais falamos sobre isso, quanto mais propagamos a ideia, mais as pessoas perdem o medo de falar e buscar ajuda. É necessário ter em mente que a atenção precisa ser isenta de julgamento. É preciso saber ouvir, acolher e ganhar a confiança, fazer um pacto pela vida e buscar a ajuda profissional”, encerra o psiquiatra.
O SETEMBRO AMARELO ACABOU, MAS O DIÁLOGO CONTINUA
Desde 2014 o Brasil conta com uma campanha de conscientização sobre o suicídio: o Setembro Amarelo. A campanha tem o objetivo de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo, suas formas de prevenção e a importância de se falar sobre o tema.
Este ano, a Clínica Holiste idealizou sua própria campanha com o mote “Suicídio: Quanto mais se fala, menos acontece”. O objetivo é levar mais informação para a sociedade e ajudar a incentivar o diálogo como forma de prevenção.