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SEMANA DE ARTE MODERNA DA HOLISTE

Através das elaborações surgidas nos grupos terapêuticos realizados na internação, como a arteterapia e a musicoterapia, nossos pacientes organizaram a 1ª Semana de Arte Moderna da Holiste.

A atividade foi concebida e desenvolvida pelos próprios pacientes, contando com o suporte de nossa equipe técnica, que criaram um espaço criativo e de livre expressão para suas questões individuais, manifestadas através de diferentes meios artísticos. “A função principal da atividade consiste em deslocar os pacientes de um local passivo sobre seu processo de adoecimento, estimulando a autopercepção e o autocuidado, para um local ativo de restabelecimento de sua saúde” – esclarece Caroline Severo, psicóloga da Holiste. Além disso, a atividade pretende abordar junto aos familiares, enquanto público da Semana de Arte Moderna, as dificuldades dos pacientes em superar as barreiras da doença mental.

 

O CAMINHO DA ARTE

A arte foi escolhida como um canal de expressão, estimulando os pacientes a se apropriem das suas questões, traduzindo e transformando a angústia em criação artística, auxiliando em sua responsabilização e nas novas formas de se recompor frente a suas dificuldades. “A proposta preza que os paciente não apenas façam parte do contexto da internação, que de certa forma é limitador, mas se tornem protagonistas do seu próprio tratamento” – explica o psicólogo Cláudio Melo. Os pacientes usaram diversos recursos como o audiovisual, a música, a pintura, esculturas e artesanatos, além das performances de relatos dos seus casos. Ademais, a organização do projeto estimulou a tomada de decisão, de posicionamento, a resolução de problemas, a postura em situações adversas e a participação ativa na vida cotidiana, o que muitas vezes se torna difícil quando encontram-se adoecidos.

Na exposição, a sala de Arteterapia acomodou as pinturas, os artesanatos e outros trabalhos manuais. Já a sala de musicoterapia foi palco de um coral, regido por um paciente ao teclado. A sala de vídeo expos uma seleção de filmes feita pelos pacientes, além de abrigar os relatos de suas vivências. Para Caroline, essa ocupação dos espaços da clínica também traz benefícios à vivência terapêutica do paciente: “Utilizar os diferentes ambientes disponibilizados na internação proporciona o estabelecimento de novas relações com o mesmo. Essa ocupação do espaço, com a finalidade de expor seus trabalhos, receber as famílias para apresentar o que foi produzido durante o período da internação, pode ajudar a ressignificar a relação do indivíduo com o mesmo, melhorando sua adesão ao tratamento e, por consequência, sua recuperação”.

 

AMBIENTOTERAPIA

Sandra Siqueira, enfermeira psiquiátrica e Diretora Técnica da Holiste, explica que esse modelo de atividade faz parte do projeto terapêutico da clínica, o qual é pautado no conceito da ambientoterapia.
“Ao realizar o projeto da nova sede, pensamos em uma estrutura que fosse capaz de acomodar os preceitos da ambientoterapia. Os espaços deveriam permitir essa vivência terapêutica, onde a relação entre os pacientes, os profissionais envolvidos no tratamento, as famílias e o espaço físico dialogassem com os valores institucionais da clínica. A expressão individual, a liberdade, a responsabilização do indivíduo sobre seu processo de cura, tudo isso só pode ser viabilizado por um ambiente que permita e favoreça o diálogo entre os agentes do tratamento” – finaliza.