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SUS volta a investir na Eletroconvulsoterapia

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No intuito de desmistificar as informações que circulam em torno da Eletroconvulsoterapia, suas indicações, aplicação e benefícios, Luiz Fernando Pedroso, psiquiatra da Holiste, concedeu entrevista à BandNews.

Recentemente, o Ministério da Saúde mudou sua postura em relação à Eletroconvulsoterapia (ECT), tratamento que, embora muito estigmatizado, apresenta excelentes resultados no tratamento de patologias mentais graves, onde o paciente já não responde ao tratamento medicamentoso convencional. Autorizando a compra de novos aparelhos de ECT no Sistema Único de Saúde (SUS), o governo causou polêmica entre profissionais da saúde e órgãos relacionados aos direitos humanos, demonstrando que o tema ainda precisa de esclarecimento técnico, tanto entre o público especializado quanto para a população geral.

“A eletricidade é apenas um veículo, como foi o óleo de cânfora, como foi o cardiazol, como foi a insulina, para você produzir essa convulsão da forma mais segura, uma convulsão controlada e com menor número de efeitos colaterais. O tratamento é indolor, sendo empregado apenas nos casos em que há verdadeira recomendação”, sublinhou.

Esclarecendo

Utilizada no mundo inteiro, a Eletroconvulsoterapia (ECT) é empregada no tratamento das depressões graves e de outros transtornos mentais. O método tem índices de eficácia muito elevados, comprovados por dezenas de estudos que demonstram sua superioridade em relação ao tratamento medicamentoso.

A ECT promove uma reorganização do cérebro através da liberação e reequilíbrio dos principais neurotransmissores relacionados aos transtornos mentais, incluindo a serotonina, a noradrenalina, a dopamina e o glutamato. O tratamento é completamente seguro e indolor, feito sob anestesia em ambiente hospitalar, com toda estrutura de monitoração cerebral e cardiorrespiratória.

As principais indicações são os tratamentos dos transtornos depressivos graves, quadros psicóticos acompanhados de delírios e alucinações, mania, esquizofrenia e outras psicoses funcionais resistentes ao uso de medicações.

“A ECT é segura e eficaz, e nunca deixou de ser praticada no mundo inteiro, inclusive no Brasil. A questão é que a esquerda associou o tratamento às torturas praticadas na ditadura militar com choques elétricos, o que não tem nada a ver.

Esse tipo de manipulação ideológica é um desserviço para pacientes que poderiam se beneficiar da ECT e amenizar seu sofrimento. Hoje, o tratamento está restrito às pessoas que podem pagar pelo procedimento em clínicas particulares, enquanto a população mais carente fica desassistida” – finaliza o psiquiatra.