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A Terapia Ocupacional no processo de transformação do cotidiano

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A Terapia Ocupacional é uma importante aliada no tratamento de transtornos mentais, junto ao acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Tem como objetivo principal o resgate e a manutenção de habilidades físicas, motoras, cognitivas ou psicossociais do paciente, para o desenvolvimento de uma maior autonomia e independência nas atividades que fazem parte de seu cotidiano.

Segundo Itatiara Xavier, terapeuta ocupacional da Holiste, “uma das intervenções da terapia ocupacional se dá através da prática de atividades como recurso terapêutico, previamente analisadas, de acordo com a necessidade de cada indivíduo. As oficinas apresentam-se como dispositivos para convivência, criação e reinvenção do cotidiano. Tendo em vista a necessidade de reconstituição do direito de criar, opinar, escolher e relacionar-se, ou seja, a possibilidade dos pacientes se expressarem, de explorar as relações e de circular como cidadãos”.

 

Reestabelecimento de atividades

Sendo assim, a TO auxilia o restabelecimento de tarefas como: trabalhar, escrever, tomar banho, cozinhar, dirigir, andar, brincar, estudar, atividades produtivas, de lazer e entretenimento. “Os espaços das oficinas terapêuticas passam a ser um lugar de aprendizagem, de produção, de intercâmbio, de ampliação das relações, de mergulho no íntimo, dentro do universo cultural”, explica Itatiara.

Não são atividades desenvolvidas meramente para ‘ocupar o tempo’ do paciente, mas escolhidas com objetivos bem definidos e utilizadas como estímulos para provocar respostas específicas desejadas pelo terapeuta.

 SAIBA MAIS SOBRE A TERAPIA OCUPACIONAL

 

Oficina de culinária “Vivências na cozinha” do Hospital Dia

A oficina de culinária para os pacientes do Hospital Dia foi idealizada seguindo este conceito de trabalhar a terapia ocupacional através de oficinas terapêuticas. O objetivo é estabelecer um espaço terapêutico para criar, expressar, produzir, transformar os contextos pessoais dos indivíduos que nela estão inseridos. Favorecendo mudanças subjetivas, possibilitando a organização do seu dia a dia e o planejamento das tarefas cotidianas.

Para a terapeuta ocupacional, “a cozinha é, culturalmente, um cômodo da casa propiciador de encontros, através da criação, instrução e/ou compartilhamento de processos do fazer, do degustar ou do cuidar. Cozinhar desperta a criatividade, tem o poder de apurar os sentidos, acalmar e unir as pessoas.  Lembrando que o ato de alimentar e ser alimentado nos remete a questões emocionais importantes. Desde o nascimento, no aleitamento materno, se constrói essa relação ímpar de nutrir e dar afeto”.

Ela ressalta ainda que cozinhar estimula vários sentidos, requer movimentos físicos e, ao mesmo tempo, estimula o raciocínio, concentração e a memória, funções que muitas vezes são afetadas por conta do adoecimento mental. “Permeando o fazer das receitas, estimulamos questionamentos que remetem o paciente a pensar e resgatar informações de sua história e do seu passado, propondo não só resgatar sua memória, mas também, exercitar laços familiares, promover a interação e reforçar vínculos afetivos”.

Desta forma, a Terapia Ocupacional em sua prática consegue “atenuar perdas” e permitir readaptações, criando novos hábitos e rotinas que possibilitem a ressignificação do cotidiano dessas pessoas, que precisam se adequar ao novo contexto de suas vidas, às novas formas de executar funções e tarefas. “Nosso trabalho permite a análise e adaptação das atividades, bem como o manejo das relações que se estabeleceram a partir delas. Sendo possível através da oficina de culinária lidar com os pacientes e suas histórias”, conclui a terapeuta.

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