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Transtornos Mentais na Terceira Idade | Encontros Holiste

Palestra Transtornos Mentais na Terceira Idade

Transtornos Mentais na Terceira Idade foi o tema do Encontros Holiste.  O psiquiatra André Gordilho e a terapeuta ocupacional Michelle Campos falaram sobre o tema.

No final do evento, os palestrantes responderam perguntas da plateia formada por familiares de pessoas que lidam com transtornos mentais e profissionais da área da saúde interessados no tema.

 

O ENVELHECIMENTO E OS TRANSTORNOS MENTAIS

Até 2020, o Brasil terá, algo em torno de 30 milhões de idosos ocupando a posição de sexto pais do mundo com maior população de idosos, sendo considerada pelos critérios das Organização Mundial da Saúde como uma nação envelhecida, com mais de 14% da população com idade acima dos 60 anos.

O processo de envelhecimento, embora difícil para alguns, é algo que acontece naturalmente, trazendo algumas mudanças. Dessa forma, diversos transtornos mentais de intensidade leve à moderada, que até então não haviam sido detectados, podem se agravar.

“O aumento da longevidade dos indivíduos nas últimas décadas e a previsão do envelhecimento das populações aumentam a importância de se discutir a saúde mental do idoso”, alerta Sandra Simon Siqueira, diretora técnica da Holiste.

 

 

DEPRESSÃO GERIÁTRICA

O psiquiatra André Gordilho explicou sobre a depressão e as particularidades da doença quando ela se manifesta em idosos.

“A depressão é uma doença psiquiátrica séria e complexa, e quando associada ao envelhecimento ganha contornos ainda mais complicados, podendo assumir disfarces clínicos múltiplos e esconder as raízes de sua manifestação”, explica o psiquiatra.

O diagnóstico da depressão é um processo complexo, que leva em conta sintomas psíquicos, fisiológicos e evidências comportamentais.  Em idosos a doença costuma-se apresentar-se diferente dos mais jovens, onde são comuns as queixas cognitivas e manifestações somáticas ou dolorosas.

“Os idosos experimentam mais sintomas melancólicos e disfunções psicomotoras.  Muitos não se queixam de tristeza, mas que sentem mais fadiga, dores, pouca energia, desânimo, falta de esperança, que, para eles, podem ser atribuídos a causa físicas ou eventos estressantes da vida.  A ansiedade também é um fator que geralmente está associado a depressão geriátrica. É preciso estar atento para essas queixas”, comenta o Dr. Gordilho.

Os sintomas da depressão podem trazer prejuízo funcional que pode levar ao nível de total incapacidade para atender às necessidades e aos cuidados básicos, além de piorar o funcionamento social.  A doença e a falta do tratamento adequado estão associadas a consequências negativas de curto e longo prazo, como piora da qualidade vida, perda de produtividade, comprometimento cognitivo e declínio funcional, maior prevalência de comorbidades médicas e mortalidade, além do risco de suicídio.

“Vamos falar sobre depressão” é o tema da campanha global da Organização Mundial da Saúde para o Dia Mundial da Saúde de 2017. Saiba mais sobre a campanha.
Assista o vídeo da websérie “Desmistificando a Saúde Mental” com o tema “Depressão.

PROJETO TERAPÊUTICO MULTIDISCIPLINAR

Além do acompanhamento psiquiátrico e medicamentoso, o tratamento de transtornos mentais na terceira idade na Holiste adota um projeto terapêutico que envolve uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, educador físico, fisioterapeuta, nutricionista, terapeuta ocupacional, arteterapeuta e musicoterapeuta, além da equipe de enfermagem e farmácia.

Michelle Campos, terapeuta ocupacional e coordenadora do núcleo de terceira idade da Holiste falou sobre o tema com a palestra “Cuidados na Terceira Idade”.

“O paciente é inserido em uma rotina que busca estimula-lo todo o tempo.  As atividades terapêuticas são intervenções e estratégias de cuidado e não simplesmente atividades realizadas para ocupar o tempo.  Uma atividade de pintura, por exemplo, coordenada por uma terapeuta ocupacional pode ter objetivo de estimular a coordenação motora e noção de espaço, que vai auxiliar o idoso a realizar outras tarefas de vida diária, como por exemplo o ato de se alimentar.    A atividade terapêutica tem sempre um objetivo e metas bem especificas dentro do tratamento dos transtornos mentais”, explica Michelle Campos.

Michelle Campos cita alguns objetivos buscados pelo trabalho multidisciplinar:

  • Terapia Ocupacional – manutenção e/ou resgate de suas habilidades físicas, motoras e cognitivas;
  • Musicoterapia – Suscita emoções, resgate da memória, desenvolvimento da linguagem e expressão corporal;
  • Atividades Físicas – Coordenação motora, força muscular, desenvolvimento de autoconfiança e prevenção de doenças.

A terapeuta fala também de atividades aparentemente corriqueiras, como o cuidado da aparência, que podem influenciar positivamente e contribuir para autoestima  a melhora funcional do paciente.

“Estimulamos o autocuidado e a preocupação com a aparência permitem fazer com que o idoso tenha contato com seu corpo e com as transformações inerentes do envelhecimento.  A medida que ele vai se cuidando e retomando atividades como pentear e cortar o cabelo, pintar as unhas, ajuda a perceber que ainda existe beleza em seu corpo e começam a se valorizar.

O nosso papel como cuidador é sempre estimular a autonomia e a socialização do idoso, para que ele seja o mais ativo possível dentro de suas limitações”, finaliza a terapeuta ocupacional.