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O bullying e as leis populistas | Entrevista TVE

Com brincadeiras, apelidos e até o uso da violência, o bullying volta ao centro do debate.

No dia 09/02, entrou em vigor a lei federal que trata o bullying como intimidação sistêmica e determina que toda escola, clube ou agremiação recreativa tem que prevenir e se preparar para resolver os problemas de agressões morais e físicas.

Dr. Luiz Fernando Pedroso, psiquiatra e diretor clínico da Holiste participou do programa “Educação em Debate” na TVE (SSA) onde questionou se uma lei federal seria a forma mais adequada de combater o bullying.

 

BUROCRACIA INÚTIL

O psiquiatra enfatiza o fato que boas escolas e bons professoras sempre buscaram manter a disciplina entre os alunos e com essa nova lei, a autoridade escolar será transferida do professor para o ministério público com prejuízo do prestígio e da autoridade do educador, sendo assim, pouco efetiva em tratar a questão do bullying.

“Essa lei gera dois problemas. Tira a autoridade do professor, que passa a ser tutelado pela burocracia, em última instância, pelo ministério público, que vai ficar fiscalizando, pedindo relatórios e tudo mais. E outro problema é econômico. Em um momento de crise, que se fala em ajuste fiscal, você cria mais burocracia inútil, mais papelada, mais relatório, comissões para receber relatório… e a gente sabe que tudo isso é inútil. “


O DIFÍCIL APRENDIZADO

Para o psiquiatra, o bullying sempre fez e vai continuar sendo parte da vida das pessoas e seu enfrentamento faz parte do processo natural de desenvolvimento das crianças.

“A gente não vai acabar isso por decreto. Na educação e no desenvolvimento infantil as pessoas aprendem a lidar com isso. “

Porém, Dr. Luiz Fernando chama atenção para os dois extremos do processo: Aqueles que por algum problemas contumazes. Pessoas com esse perfil, demandam uma atenção especial por parte de educadores e psicólogos.

“Todos precisamos saber nos defender, e a gente aprende a se defender no embate do dia-a-dia. A vida não é fácil, crescer não é fácil. Mas não podemos virar adultos dependentes, nem sempre diante das dificuldades podemos chamar o pai, a mãe, o professor ou o governo. Nós temos que ser pessoas independentes, capazes de lidar com dificuldades. ”