Agenda sua consulta
Agende sua Consulta

Quando o ato de comprar vira uma compulsão | Entrevista Rádio Metrópole

É inegável que existe um prazer genuíno em comprar algo que satisfaça nossas necessidades ou mesmo que esteja relacionado a um desejo ou um sonho.

Na compulsão por compras não existe a satisfação de uma necessidade e nem de um desejo, mas sim, um impulso para consumir sem qualquer objetivo específico ou necessidade. A ansiedade antes da compra, a compulsão e arrependimento logo em seguida são características desse quadro. Sem ajuda, o problema pode causar, além de dívidas cada vez maiores, depressão e isolamento social.

Em entrevista ao programa Metrópole Saúde da rádio Metrópole, o psicólogo da Holiste, André Dória, falou sobre a compulsão por compras e o que este comportamento por gerar ao indivíduo.

“A compulsão é quando o sujeito perde a liberdade de fazer escolhas.. O indivíduo sai do lugar de sujeito que faz escolhas, para o lugar de objeto, ou seja, ao invés de consumir ele passa a ser consumido pela repetição, característica da compulsão. ”

Ainda segundo o psicólogo, o consumo é uma marca do nosso tempo, para ele as relações sociais estão entremeadas pelo ato de consumir. “Compramos sono, inteligência, beleza, até amor. O consumo faz parte da vida atual e por termos uma oferta muito grande, alguns indivíduos embarcam na compulsão e sofrem as consequências de uma possível doença ligada a este comportamento”, diz.

 

Vício tem efeito igual à droga

O mecanismo da compulsão é semelhante ao da droga. O dependente químico toma a droga e se alivia momentaneamente, mas logo já volta à necessidade do consumo. A mesma coisa nos compulsivos. Elas acabam de comprar algo, mas já são levadas a comprar outra coisa novamente.

“Quando a pessoa está em um quadro de consumo compulsivo, assim como um quadro de consumo de drogas ou de compras, ela perde um pouco da autocrítica, de perceber que o quanto aquilo ali virou um gesto compulsivo, muitas vezes essa noção vem de fora, de outra pessoa que convive, como um familiar ou amigo”, comenta André Dória.

Para o psicólogo, na maioria das vezes, é o familiar ou amigo que toma a iniciativa de buscar uma ajuda profissional para aquele indivíduo compulsivo, e daí então, iniciar um tratamento.