O cuidado com idosos ou com pacientes de transtornos mentais que necessitam de tratamento especial, muitas vezes, é assumido por um familiar ou por um profissional contratado. Não se pode, porém, deixar de considerar que quem “cuida também precisa de cuidados”.
Esse foi o tema da entrevista do psicólogo Cláudio Melo à rádio Transamérica de Feira de Santana.“É muito comum que cuidadores, familiares inclusive, que cuidam de pacientes com transtornos mentais apresentem adoecimento, até porque esse cuidado é algo complexo, que demanda tempo, atenção e uma dedicação emocional muito grande, então muitas vezes essas pessoas também acabam por ter a saúde mental afetada”, explica Cláudio.
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Sintomas e ajuda
Às vezes, a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra pode ser necessária, se a pessoa apresentar sintomas depressivos, de ansiedade exagerada, e até sintomas físicos que podem ser sugestivos de um adoecimento.
“Os sintomas que levam ao alerta são tristeza e desmotivação, e esses aspectos começam a aparecer não apenas quando a pessoa está com o paciente, mas se expandem para outros momentos da vida. Cansaço, falta de ânimo, alterações do sono e ansiedade são sintomas comuns. Quando a pessoa começa a ficar mais retraída, ou irritada, nervosa, isso também é um sinal de alerta”, pontua o psicólogo.
Uma das patologias que podem afetar os cuidadores, além da depressão e da ansiedade, é a Síndrome de Burnout, que está associada ao trabalho e acomete também, profissionais que lidam no dia a dia com outras pessoas, inclusive da área de saúde, como enfermeiros e cuidadores de pessoas com transtorno mental.
Treinamento e preparo
Cláudio destaca que é importante que essas pessoas, mesmo os familiares, tenham o preparo adequado para cuidar dos pacientes e para as tarefas que desenvolvem.
“Em muitos casos, pessoas que cuidam de pacientes e que não têm o treinamento devido. Esse treinamento não trabalha apenas as habilidades necessárias para o cuidado, mas também serve para instrumentalizar essa pessoa para lidar com esses sintomas e saber os limites”, salienta o profissional.