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ESTIMULAÇÃO COGNITIVA | TERCEIRA IDADE

estimulação cognitiva

Quando implementado precocemente, o tratamento retarda a perda de memória, melhora a autonomia e a qualidade de vida dos idosos

A população brasileira está envelhecendo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que até 2060, 1 em cada 4 brasileiros será idoso. Segundo a pesquisa, a estimativa de pessoas com mais de 65 anos, em 2034, é de 15% da população.

Diante disso, é necessário priorizar a promoção da saúde dos idosos, com estímulo à prática de atividades físicas e sociais. Michelle Campos, terapeuta ocupacional e coordenadora do Núcleo da Terceira Idade da Holiste, avalia que para um envelhecimento saudável também é preciso estabelecer uma rotina de exercícios físicos para o cérebro:

“Assim como o corpo, o cérebro também tem seu envelhecimento natural, sem necessariamente implicar uma patologia ou doença. Com a idade, o sistema nervoso apresenta alterações como dificuldades de aprendizagens e esquecimento, mas a capacidade intelectual pode ser mantida sem dano cerebral até idades mais avançadas”, explica a especialista.

Exercícios cognitivos

Michelle explica que várias atividades funcionam como exercícios cognitivos, não somente aquelas aplicadas por um terapeuta no consultório. É preciso considerar, contudo, que todas as atividades propostas precisam levar em consideração as condições físicas, psicológicas e sociais do idoso em questão:

Jogos – Oferecer estímulos cognitivos através de jogos como quebra-cabeça, baralho, dominó, caça-palavras, sudoku, são boas opções de passatempo e de estimulação cognitiva.

Leitura e Escrita – Se for possível e do agrado do idoso, atividades de leitura e escrita estimulam o cérebro, a memória e funções motoras importantes. Nesse sentido, é possível incluir o aprendizado de um novo idioma, algum curso ou mesmo a troca de mensagens pelo celular com a família e amigos.

Artesanato – Fazer tricô, crochê, marcenaria, costura, entre outras atividades artesanais ajuda a manter uma mente saudável. A estimulação visual, de memória e tátil proposta pelo artesanato pode prolongar a capacidade intelectual do indivíduo.

Atividades Físicas – Com autorização e monitoração médica, atividades físicas também devem ser estimuladas. Desde uma caminhada, prática de esportes ou mesmo sair para dançar; tudo é aliado do corpo e da mente. Além disso, após a pandemia, é recomendável estimular atividades externas e sociais, como ir ao supermercado, salão de beleza, shopping, cinema, teatro.

Michelle complementa que as funções cognitivas são responsáveis por receber, armazenar e processar as informações. Essas faculdades – atenção, percepção, memória, funções executivas, orientação e juízo – conferem ao idoso a capacidade de gerir a própria vida e, por isso mesmo, são essenciais para uma velhice saudável e ativa.

Quando o esquecimento é preocupante?

Com a idade, alguns idosos desenvolvem doenças neurodegenerativas, podendo ser moderadas ou graves. Nesses casos, a família precisa contar com o auxílio de um profissional de saúde mental para assistir o idoso. É importante estar atento a sinais que podem indicar quadros mais complexos:

Perda de memória – Esquecimento de palavras, nomes, locais que deixou determinados objetos como chave, carteira, esquecimento de eventos e situações importantes da vida a curto prazo ou a longo prazo.

Mudança de humor – Mudança ou oscilação de comportamento em um padrão que antes não existia (agitação, agressividade, hostilidade, desinibição, lentificação, pouca comunicação, isolamento).

Desorientação – A desorientação no tempo e espaço é um sinal importante: não saber o dia, a hora ou local que se encontra, nem para onde estava indo ou o que estava fazendo.

Rotina – Problemas ao fazer tarefas diárias habituais, por exemplo, esquecer como fazer uma receita que já é de costume, não conseguir pagar uma conta, ou até mesmo esquecer como dirigir. Atividades rotineiras que, de uma hora para outra, se tornam um desafio.

Quando diagnosticado precocemente, ainda é possível retardar a perda cognitiva com exercícios específicos de estimulação. Nesses casos, após testes científicos e entrevistas, a equipe multidisciplinar identifica as habilidades comprometidas e traça um plano terapêutico específico para aquele paciente e suas necessidades.

De acordo com a terapeuta, assim como os exercícios físicos, o programa monta uma rotina personalizada de exercícios, com estratégias orientadas por metas e objetivos a serem alcançados. As sessões acontecem com uma frequência de duas, três ou quatro vezes por semana em dias alternados, com duração média de uma hora. A boa notícia é que o serviço também está disponível online para todo Brasil, com atendimento individual.

“Todos os atendimentos eram presenciais, mas devido à pandemia surgiu a necessidade de iniciar os atendimentos via Telemedicina.  Para isso, a equipe criou três cadernos de atividades, cada um com mais de 100 atividades de estimulação cognitiva, que são enviados aos pacientes e acompanhados pela equipe médica. Realizamos as atividades online, indicando ao paciente o caderno e a página que será utilizada naquele dia”, detalha a terapeuta ocupacional, Michelle Campos.

 

Matéria publicada na Folha de São Paulo: https://files.pressmanager.net/clientes/facb6f5eee46fb9444bfcf64e0390ea4/imagens/2021/04/26/4a56c1bdbf892478b870c2d1eb122cbe.jpg

Para mais informações sobre transtornos psiquiátricos em idosos ou sobre o Programa de Estimulação Cognitiva, acesse: https://holiste.com.br/servicos/estimulacao-cognitiva/