Em entrevista ao portal Minha Vida, Daniela Araújo explica como lidar com a mentira na infância e como ela faz parte do desenvolvimento das crianças.
Durante o desenvolvimento da criança, é comum que ela confunda realidade e fantasia. Nessa fase de “faz de conta”, os pequenos tendem a contar histórias que não são verdadeiras sem sequer darem conta.
Lidar com essas mentirinhas é um trabalho árduo para os pais, que precisam aprender a identificar o que é fantasia da criança sem adotar reações intempestivas, como castigos severos e outras punições.
De acordo com a psicóloga Daniela Araújo, dependendo da idade da criança ainda não há um desenvolvimento de percepção crítica dos seus atos: “Mais comum que a criança mentir é o adulto interpretar o que a criança fala como se fosse mentira”, aponta a psicóloga, psicanalista e coordenadora do Núcleo Infantojuvenil da Holiste Psiquiatria.
Convivendo com a mentira
Embora a mentira faça parte do desenvolvimento da criança é extremamente necessário estar atento à intensidade e frequência que essa mentira aparece. Quando em excesso, pode ser sinal que algo está errado, e faz-se necessária a ajuda de especialistas.
Ainda que não haja a intenção de mentir, é importante que haja diálogo desde os primeiros eventos onde a mentira surja. O ideal é que os pais conversem e esclareçam qual a intenção da criança com aquela “mentira”, porque não se deve mentir e quais as consequências que uma mentira pode gerar.
Realidade e Fantasia
A fantasia é algo do inconsciente, porque a criança não entende que o que diz não é real. Já a mentira, por mais que seja frágil, é pensada. Nesse momento, cabe ao adulto perceber essas nuances e diferenciar o que é mentira e o que pertence ao universo da imaginação.
Portanto, a atitude mais correta é a conversa. É preciso criar um ambiente seguro em que a criança consiga compartilhar o que pensa e sente sem receio de ser repreendida.
“Escutar é ouvir, mesmo, o que a criança tem a dizer. Conversar é falar e escutar, não apenas falar sozinho para o outro apenas ouvir. Fazer circular a palavra em casa é um exercício que visa, também, manter viva a dignidade de cada um”, orienta a psicóloga Daniela Araújo.