Uma safra de novos estudos realizados em todo o mundo está apresentando revelações surpreendentes sobre o processo de desenvolvimento da inteligência humana. As pesquisas apontam, pela primeira vez, fatores importantíssimos associados ainda à vida uterina e aos primeiros anos de vida que serão decisivos para a evolução do intelecto. Reunidos, esses trabalhos traçam o mais completo retrato científico do nascimento da inteligência.
se trata de um retrato belíssimo. Ele deixa claro o quanto essa habilidade depende de uma combinação complexa de circunstâncias para que atinja seu ápice na vida adulta. Condições que surgem antes mesmo da fecundação, como evidencia uma pesquisa realizada no Centro Médico Forest Baptist (Eua). O trabalho apontou que filhos de mães com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 (já classificado como obesidade) têm maior chance de desenvolver limitações cognitivas. Eles manifestaram três pontos a menos de QI (quociente de inteligência) em relação aos nascidos de mulheres de peso normal. Ainda se estuda de que maneira o excesso de peso da mãe impacta a inteligência do filho, mas há algumas hipóteses. “O acúmulo de peso pode contribuir para um maior número de células anormais do sistema imunológico, capazes de atacar outras estruturas”, disse à ISTOÉ Jennifer Helderman, uma das autoras do estudo. “O mecanismo resulta em uma maior predisposição à inflamação, que poderia afetar o tecido neurológico da mãe e do feto”, especula.
Nas primeiras semanas após a fecundação, inicia-se uma etapa-chave: é quando começa a se formar o tubo neural, a estrutura que dará origem ao cérebro. Diversos trabalhos relacionam o sucesso desse processo à presença em concentração adequada de ácido fólico (vitamina B). Caso contrário, uma das extremidades do tubo não se fecha, originando, por exemplo, a anencefalia (ausência parcial do encéfalo e da calota craniana). “Pesquisas confiáveis apontam forte conexão entre déficit de ácido fólico e essa anomalia”, explica o médico Luiz Celso Villanova, chefe do setor de neurologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Outras duas substâncias despontam com igual importância para a formação da inteligência: o iodo e a vitamina D. Estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido, analisou as concentrações de iodo na urina de 1.040 mães em estágio inicial da gestação. Depois, aos filhos nascidos dessas gestantes foram administrados testes de inteligência aos 8 anos e de leitura, aos 9. As crianças com piores desempenhos foram as geradas por mães que apresentaram ingestão de iodo menores do que 150 mg por dia. “Sua deficiência em gestantes deve ser tratada como um assunto de saúde pública”, escreveram os autores da pesquisa. No Canadá, uma análise de vários trabalhos sobre o tema feito pela Universidade McGill concluiu que crianças nascidas de mães que receberam suplementação do composto na gravidez e após o nascimento tiveram QI entre 12 a 17 pontos mais alto do que as demais.
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Fonte: Revista Istoé