Em entrevista ao jornal A Tarde, o psiquiatra e Diretor Clínico da Holiste, Luiz Fernando Pedroso, explicou a importância da Telemedicina para conter o avanço do contágio.
A pandemia gerada pelo Covid-19, ou Coronavírus, atingiu o mundo inteiro, levando ao isolamento social de milhões de pessoas como medida de prevenção. Para diminuir o fluxo de transmissão do vírus, o Ministério da Saúde publicou a portaria nº467, no Diário Oficial da União, regulamentando os atendimentos médicos via Telemedicina. Além do MS, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) passaram a recomendar o procedimento.
Na Holiste, a modalidade já era empregada há mais de um ano, por ser uma importante ferramenta de comunicação entre médico e paciente, que assegura a continuidade dos tratamentos psiquiátricos e psicológicos, apesar da distância. De acordo com Luiz Fernando, o serviço é necessário principalmente para atender pacientes que moram no interior, em outros estados ou países, que muitas vezes não dispõem de um serviço médico especializado.
“Isso não substitui um atendimento presencial; a nossa prática é mesclar. Fazemos mais atendimentos à distância quando já conhecemos o paciente. A resposta dos pacientes tem sido bastante satisfatória, as pessoas se adaptam e têm aderido muito bem ao tratamento”, enfatiza o psiquiatra.
Ampliação do atendimento
Com a pandemia do Covid-19, a ferramenta tornou-se essencial, garantindo a manutenção dos atendimentos de saúde sem aumentar o risco de contágio envolvido em um atendimento presencial. Somente os atendimentos de emergência ou que demandem uma internação hospitalar devem continuar no modelo tradicional.
Por entender a importância da Telemedicina nesse momento , a Holiste ampliou em 600% sua capacidade de atendimento, viabilizando a manutenção do tratamento de seus pacientes. Além disso, os efeitos psicológicos da pandemia nas pessoas já começam a ser percebidos: depressão, estresse e ansiedade são comuns, e necessitam de acompanhamento profissional especializado.
O psiquiatra destaca que, caso nossa burocracia estatal não fosse tão grande, hoje a Telemedicina poderia estar auxiliando ainda mais pessoas e participando de maneira decisiva nesse momento de crise:
“A grande pergunta é: Por que não foi aprovado antes? O que mudou, de uma hora pra outra, pra se aprovar o procedimento? Essas entidades burocráticas ficam intervindo de maneira autoritária na relação médico x paciente e acabam gerando prejuízos para ambos os lados. Esse corporativismo não ajuda a sociedade. Nós estamos preparados porque assumimos nossa missão de disponibilizar o que há de mais moderno para o nosso paciente, pautados em nosso compromisso ético e em nosso conhecimento técnico. Não há espaço para burocracias inúteis. A prova disso é que agora, no meio do caos, aprovaram rapidamente.” – critica Luiz Fernando.
Mantendo os laços afetivos
Além das consultas, a Telemedicina passou a ser uma aliada dos pacientes internados. As visitas presenciais foram substituídas por videoconferências, a fim de evitar o contato físico e uma possível propagação do vírus.
“Diante da pandemia, o isolamento social é crucial para conter a transmissão do Coronavírus, principalmente para os idosos, que representam cerca de 30% dos pacientes internados na clínica e são um grupo de maior risco de casos graves. No entanto, sabemos da importância da interação familiar no processo terapêutico, por isso montamos uma estrutura de videoconferência para viabilizar a comunicação diária dos pacientes com seus familiares de forma segura”, explica Luiz Fernando.
Além disso, outras medidas foram implementadas na campanha de prevenção, como controle do acesso de fornecedores, verificação do quadro clínico com aferição da temperatura corporal de todas as pessoas com acesso às dependências, além de intensa higienização dos ambientes e das pessoas que circulam na unidade.