A ansiedade pode ser caracterizada como uma excessiva expectativa e excitação por algo que é esperado, que está por acontecer e que permanece desconhecido. Mas, quando a ansiedade se torna um Transtorno Mental?
O estado ansioso é uma sensação que pode atuar de forma positiva ou negativa na vida do indivíduo. Para explicar o fato Caroline Severo, psicóloga da Holiste, participou dos programas Manhã Excelsior (rádio Excelsior AM) e Metrópole Saúde (rádio Metrópole).
ORIGEM DA ANSIEDADE
O ser humano necessita de segurança e conforto para obter a sensação de bem-estar. Quando nossa percepção nos alerta para situações de perigo, ou mesmo de incertezas em relação ao futuro, começa a se configurar o estado ansioso. Esse “perigo” pode ser entendido como uma perda de conforto, de poder econômico, de afetos, de amizades, de privilégios, enfim, tudo aquilo que provoque uma instabilidade na organização da vida do sujeito, podendo atuar como gatilho para um quadro de transtorno de ansiedade.
“A ansiedade está sempre ligada ao inesperado, a algo que você não calcula. Tudo que está no campo do outro, que está relacionado um pouco à vivência do outro e a expectativa que o outro tem, você tende a sentir sintomas ansiosos por que também tem as suas próprias expectativas de atender ou não o que o outro espera de você. Então, uma das coisas que pode acontecer, também, é esses sintomas ansiosos diante dessas demandas que o outro lhe faz. É muito comum, por exemplo, em ambiente de trabalho, que um “amanhã vamos ter uma reunião” ou “amanhã quero conversar com você” se torne algo que cause uma ansiedade. Pode acontecer em algumas pessoas em menor ou maior grau, vai depender muito da vivência de cada um e de como lidam com a situação” – explica a psicóloga.
SINTOMAS COMUNS
Os possíveis sintomas da ansiedade possuem variações entre o físico e o psíquico, como: taquicardia, sudorese, tremores, tensão muscular, dores de cabeça, entre outros. “Mãos frias ou suando, dores no corpo, tensões, podem ser considerados como sintomas da ansiedade, assim como a influência no aumento ou perda do apetite. Há pessoas que possuem esses sintomas, mas conseguem ao mesmo tempo realizar as tarefas do dia-a-dia naturalmente. Ansiedade não é algo que a gente vai patologizar, vamos sempre passar por momentos ansiosos. Mas, de alguma forma isso pode o ajudar, preservar o indivíduo, ou pode ser algo que o paralise. Geralmente há uma preocupação maior quando o sujeito passa a se paralisar diante de situações corriqueiras da vida” – afirma a especialista.
SINDROME DO PÂNICO
A ansiedade, quando recorrente e em sua manifestação mais intensa, também é chamada de Síndrome do Pânico (crise ansiosa aguda). O paciente se vê com dificuldade em tocar a vida e “trava”, as vezes com uma sensação de quase morte e taquicardia. Na crise do pânico, tende a se ampliar a incapacidade do indivíduo atender a situações gerais, como sair de casa, falar em público, pegar um ônibus etc..
COMPLEXO DE INFERIORIDADE
O complexo de inferioridade pode ser uma das consequências da ansiedade ou depressão: “Quando o paciente se acha inferior ele sempre vai tentar agradar o outro, ele não reconhece o limite, logo, vai querer que o outro lhe aceite e isso se torna uma busca do “impossível”, porque a demanda do outro é sem fim. Então, geralmente, está muito ligado a este complexo de inferioridade os episódios depressivos e de ansiedade” – aponta Caroline.
TRATAMENTO
O tratamento do Transtorno de Ansiedade é basicamente feito através do acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Os medicamentos são uma forma de aliviar os sintomas, mas as situações nas quais o indivíduo se sente ansioso ainda vão estar presentes, necessitando de uma abordagem psicológica que propicie sua ressignificação e alívio do sofrimento. “Se o paciente de fato não se confrontar com essas dificuldades e ver o quê, naquele momento, está sendo difícil para ele, até para que possamos pensar em alternativas e formas de lidar com isso, ele sempre vai estar sob tratamento medicamentoso como forma de burlar, de tentar mascarar os sintomas, mas não como uma forma mais efetiva de tratar essa parte das questões psicológicas” – diz a psicóloga.
É fundamental que o indivíduo não interrompa o tratamento sem orientação médica. Vale salientar, também, que a automedicação não é recomendada, mesmo que somente para o controle dos sintomas.
Ouça a entrevista completa do programa Metrópole Saúde aqui:
Ouça a entrevista completa do programa Excelsior aqui: