Entenda como uma equipe multiprofissional pode fazer a diferença em tratamentos de saúde mental.
Os transtornos mentais são doenças multifatoriais, ou seja: envolvem questões biológicas, psicológicas e socioculturais do indivíduo. Assim, o tratamento do transtorno mental envolve muito mais do que a administração de remédios psiquiátricos. É importante que o paciente faça acompanhamento psicológico, tenha hábitos de vida saudáveis, desenvolva sua capacidade de sociabilização e sua autonomia.
Para um paciente que está com sono desregulado (sintoma muito comum a vários transtornos), manter uma rotina de atividades e praticar exercícios regularmente pode ser tão importante quanto o acompanhamento psiquiátrico. Para isso, é necessário que a equipe que o acompanha disponha de um nutricionista, um educador físico, um psicólogo, etc.
Potencialização do tratamento psiquiátrico
Uma equipe multidisciplinar, em resumo, tem a função de potencializar os ganhos obtidos no tratamento psiquiátrico, complementando a abordagem clínica do médico e os benefícios do tratamento medicamentoso. Ela permite que as demandas particulares de cada paciente sejam atendidas, melhorando o quadro como um todo.
Um exemplo muito bacana é o tratamento de idosos com transtornos mentais, pois além da própria doença mental eles enfrentam os tradicionais obstáculos da velhice: perda de coordenação motora, problemas de memória e até de metabolismo. Para esse grupo, realizar atividades de estimulação cognitiva, por exemplo, pode melhorar sua qualidade de vida e retardar o avanço de quadros demenciais.
Mais possibilidades de vínculo terapêutico
Como cada pessoa possui uma história de vida diferente, uma personalidade própria, o atendimento através de uma equipe multidisciplinar aumenta a possibilidade do paciente criar um vínculo com algum dos profissionais que o atende.
O estabelecimento do vínculo terapêutico é um dos fatores mais importantes no tratamento de um transtorno mental, pois é ele quem vai viabilizar a continuidade do tratamento, o que evita crises e uma possível cronificação da doença.
Às vezes, um paciente que possui dificuldade de expressar seu sofrimento verbalmente em uma sessão de terapia, consegue acessar um sentimento esquecido através de uma oficina de arteterapia ou de musicoterapia, e a partir disso trabalhar aquilo que lhe causa sofrimento.
Como são compostas as equipes multidisciplinares?
Não existe uma regra de composição de uma equipe. Quanto mais diversificada, maiores são as possibilidades de abordagem terapêutica. A ideia é que a equipe montada seja capaz de trabalhar os diferentes aspectos biológicos, psicossociais e subjetivos da pessoa.
Esses profissionais devem sempre buscar uma atuação conjunta, integrada, compartilhando seus avanços e informações sobre o paciente. Essa troca permite mais dinamicidade na execução do plano terapêutico, revendo os objetivos e estratégias adotados, adequando-o a cada fase do processo de recuperação do paciente.